Empresa Universal Motors parada por alegado furto de computadores
A unidade fabril, que pertenceu à Efacec, terá sido assaltada por diversas vezes nos últimos dias, o que foi participado às autoridades policiais pela administração, num dos casos, e pelos dirigentes sindicais noutros.
Da empresa desapareceram computadores, nomeadamente o servidor de rede onde estavam instalados vários programas, incluindo o de facturação, e de acordo com fonte sindical essa é a explicação dos responsáveis da empresa para a laboração ter parado.
Os operários estão preocupados com o processamento dos salários, tanto mais que no final do mês de Agosto estarão em atraso verbas equivalentes a cinco meses.
Recentemente, a Universal Motors havia suspenso os trabalhadores, alegando ter entrado em processo especial de recuperação, o que levou à intervenção da Inspecção de Trabalho.
Agora os trabalhadores, que estranham os assaltos e montaram vigília às instalações da empresa, vieram de férias e estão sem trabalho, mas segundo disse à Lusa António Vinhas, da comissão sindical, a falta dos computadores não impedia a laboração.
"O que se passa é que como não pagam aos fornecedores eles estão a deixar de fornecer e não temos material para trabalhar", disse.
Desde há algum tempo que os operários temem que o objectivo seja o de fechar a fábrica, que já empregou quase 900 trabalhadores, e transferir a maquinaria para outra unidade. Notícias recentes na imprensa regional indicam que os terrenos da fábrica, no centro de Ovar, estarão a ser alvo de interesses imobiliários.
Em Junho, por ocasião de uma concentração de trabalhadores em protesto contra a sua suspensão, o secretário-geral da CGTP-IN, Carvalho da Silva, deslocou-se à empresa, para, segundo as suas palavras, "dar visibilidade a casos como o da Universal Motors, para evitar estas trafulhices, a destruição do aparelho produtivo, falcatruas sucessivas e jogadas visando outros negócios".
A Lusa tentou durante o dia de hoje, por diversas vezes, contactar o representante da administração da empresa, recebendo como resposta que o mesmo se encontrava ausente.
