Em declarações à Lusa, Ferro Rodrigues admitiu a possibilidade de comparecer no congresso do PS, que irá realizar-se em Guimarães, entre 1 e 3 de Outubro, mas sustenta que a questão só ficará decidida numa reunião com a comissão organizadora do congresso.

No entanto, fonte do gabinete do secretário-geral do PS deu já como certa a sua participação no congresso, enquanto líder cessante, para fazer a habitual apresentação do relatório das actividades do Secretariado Nacional socialista.

Os estatutos do PS prevêem que secretário-geral apresente esse documento na sessão de abertura do congresso, mas não esclarecem se Ferro Rodrigues é obrigado a fazer essa intervenção, uma vez que na altura já será conhecido o seu sucessor, escolhido por voto directo dos militantes a 24 e 25 de Setembro.

Em Julho, durante a última reunião da comissão nacional socialista, o presidente do PS, Almeida Santos, transmitiu ao partido e à comunicação social, em nome do secretário-geral demissionário, a informação de que Ferro Rodrigues estaria ausente do congresso "por razões que ele considera óbvias e justificadas".

Almeida Santos declarou também que Ferro Rodrigues "não tomará posição relativamente a nenhum candidato" à liderança do PS, avisando que, "por isso, nenhum candidato poderá reclamar o seu apoio".

Hoje, Ferro Rodrigues confirmou hoje que se manterá distante dessa disputa entre José Sócrates, João Soares e Manuel Alegre. "Uma coisa é certa, não tomarei partido por nenhuma candidatura", afirmou o ex-ministro da Solidariedade Social, que se demitiu na sequência da não convocação de eleições legislativas pelo Presidente da República, que optou por convidar o PSD a formar novo Governo.