Algarve pode ter rede de praias de nudistas dentro de cinco anos, diz região de turismo

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Em Portugal existem actualmente quatro praias naturistas oficializadas Adriano Miranda/PÚBLICO

As praias naturistas são um produto que pode "constituir uma oferta turística interessante para o Algarve", considerou o presidente da RTA.

"Desde que as pessoas nos peçam envolvimento, estaremos disponíveis para a participação, tal como fazemos nas áreas do turismo cultural ou do turismo rural", acrescentou Hélder Martins.

O secretário de Estado do Turismo, Carlos Martins, garantiu que tais projectos, "desde que sigam a lei e sejam inovadores e competitivos terão o apoio do Ministério do Turismo".

"Não há uma estratégia definida, porque o turismo depende da iniciativa privada, mas também não há nenhuma reserva no espaço nacional", disse.

Sobre a possibilidade de uma eventual rede de praias naturistas, o secretário de Estado do Turismo condicionou-a à existência de um projecto consolide realidades distintas: investimento dos empresários, ordenamento do território e poder local.

Por seu turno, o vice-presidente da Associação Naturista de Portugal, Luís Batalha, sublinhou a importância de apostar fortemente no turismo naturista em Portugal, para fazer face à debandada dos naturistas portugueses para estâncias veraneantes de Espanha.

"Enquanto não tivermos estruturas turísticas é difícil aumentar o número de praticantes, como acontece em Espanha, onde há 25 centros naturistas", referiu Luís Batalha, defendendo que com mais oferta turística "a assiduidade do movimento naturista duplicaria em Portugal".

O maior entrave à criação de um conjunto de praias naturistas legalizadas é o facto de algumas serem pequenas em extensão e não oferecerem as condições de distanciamento dos aglomerados urbanos para serem legalizadas, sustenta, por seu turno, o presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas.

É que, segundo a lei portuguesa, as praias naturistas devem ter uma distância "não inferior a 1500 metros do mais próximo aglomerado urbano, estabelecimento de ensino, colónia de férias, convento ou santuário em que seja celebrado culto religioso".

O presidente da AHETA garante que os empresários da hotelaria estão abertos "a todos os negócios que sejam rentáveis", nomeadamente o turismo naturista, mas lembra que no Algarve "os instrumentos de ordenamento e planeamento não permitem a construção de hotéis junto às praias".

"O Governo tem uma estratégia que privilegia a construção nos centros urbanos e a proíbe no litoral, por isso estamos limitados pelas imposições legais", sustenta.

Em Portugal existem actualmente quatro praias naturistas oficializadas: Meco (concelho de Sesimbra), parte da Bela Vista (concelho de Almada) e da Ilha de Tavira e a Praia do Salto (concelho de Sines), a última a ser legalizada, em Agosto de 2002.

As praias naturistas toleradas (onde o nudismo é permitido, mas o espaço não é oficialmente naturista) são cerca de 30, segundo informações fornecidas pela Associação Naturista de Portugal.

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