João Soares aponta baterias para Santana Lopes e Paulo Portas
Defendendo que as razões da sua candidatura estão relacionadas com o facto de não se conformar com a política de direita dos últimos dois anos e meio, João Soares garantiu "uma profunda combatividade e disponibilidade" para travar "o combate em todas as circunstâncias".
Durante a sua intervenção, João Soares lembrou o seu percurso como presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tecendo duras críticas a Santana Lopes por ter anunciado fazer várias obras, embora poucas tenha concretizado.
"Entendo que sou o candidato mais bem posicionado para enfrentar o actual primeiro-ministro, muito embora alguns dos que agora concorrem comigo a este cargo digam que estou em desvantagem porque fui derrotado por ele nas autárquicas em Lisboa", afirmou João Soares, que tem em Manuel Alegre e José Sócrates os adversários na corrida à presidência do Partido Socialista.
"Um homem que esteve dois anos e meio na Câmara de Lisboa e que agora a abandona para assumir as responsabilidades de primeiro-ministro tem de ser confrontado publicamente com os compromissos que assumiu com os lisboetas, sem que os tivesse cumprido", disse.
Sobre as outras candidaturas à liderança do PS, João Soares considerou que apesar de todos serem militantes do partido "há visões diferentes sobre a prioridade das batalhas" a travar e a forma de "corrigir" o rumo da economia.
Falando perante cerca de 30 militantes, o ex-presidente da Câmara de Lisboa destacou a "forma honrada" como Ferro Rodrigues, ex-secretário-geral do PS, "soube assumir as consequências e com extrema dignidade abandonar as suas responsabilidades de secretário-geral".
João Soares aproveitou ainda a ocasião para tecer duras críticas ao anterior primeiro-ministro, Durão Barroso, denunciando aquilo que apelidou de "uma das mais descaradas operações de hipocrisia política que tiveram lugar no pós-25 de Abril, que foi a declaração pública sistemática de que se estava a bater pela candidatura de António Vitorino a presidente da Comissão Europeia".
Tudo isto, segundo João Soares, quando "por debaixo da mesa e nos corredores do Conselho Europeu estava a preparar a sua própria candidatura" ao cargo.
Elegendo a regionalização como uma das suas principais prioridades caso seja eleito secretário-geral do PS e posteriormente primeiro-ministro, João Soares admitiu que poderá fazer acordos à esquerda se não conseguir maioria absoluta nas eleições.