Somália inaugura novo Parlamento
Esta inauguração ocorreu na ausência de representantes de Somaliland, região do Noroeste da Somália que proclamou unilateralmente a sua independência.
Mais de 200 parlamentares, dos 275 que deverão constituir a nova assembleia, prestaram juramento no edifício das Nações Unidas, situado na capital do Quénia, país no qual se realizam as negociações.
John Koeck, que preside ao comité ministerial da Autoridade intergovernamental para o desenvolvimento da Somália (Igad), considerou que hoje "é um dia histórico para vós, construtores da paz", referindo-se aos novos parlamentares.
Esta é a primeira vez desde 1991, data da queda do Presidente da Somália Mohamed Siad Barre, que este país se dota de um Parlamento cuja autoridade é reconhecida pelos principais líderes de guerra da Somália.
ONU saúda inauguração do ParlamentoAs Nações Unidas saudaram hoje a inauguração do novo Parlamento. Kofi Annan, secretário-geral da ONU, "felicita todos os cidadãos da Somália por este feito, o Presidente queniano Mwai Kibaki e o Governo do Quénia, bem como os países da Igad pelo seu contributo para a paz na Somália", de acordo com um comunicado distribuído hoje em Nairobi.
"Trata-se do início de uma reconciliação há muito esperada", considerou Annan. O secretário-geral da ONU "espera que o novo Parlamento consiga ultrapassar o primeiro desafio com a convicção necessária para chegar à eleição de um Presidente da Somália e pôr em funcionamento as estruturas do Governo". O Parlamento deverá eleger um Presidente para a Somália que, por sua vez, vai designar o primeiro-ministro.
Desde 1991, o país está submetido à lei dos líderes de guerra rivais. A maioria destes responsáveis participou nas negociações que levaram à inauguração de hoje.