"Tais declarações prefiguram o que em português se designa normalmente de ‘desculpas de mau pagador’, que não se enquadram no espírito de participação, de equipa e de competitividade que tem caracterizado toda a missão nacional aos Jogos Olímpicos de Atenas", lê-se num comunicado enviado hoje pelo COP.

Depois de terminar no 33º lugar global as séries de 3.000 metros obstáculos, com o fraco tempo de 8.38,31 minutos, Manuel Silva criticou a falta de apoio que lhe foi prestado durante o período em que tentou atingir os mínimos, principalmente por os terem retirado dois anos depois da sua participação em Sydney 2000, onde foi finalista.

"Estou triste, porque não vou à final, mas dei tudo lá dentro. Há quatro anos fui finalista depois de ter chegado a Sydney com um dos piores tempos e, dois anos depois, retiraram-me do programa de preparação olímpica (PREPOL) e estou aqui pelos meus próprios meios", desabafara o atleta.

De acordo com o COP, "o atleta esteve incluído no Projecto Atenas 2004 durante os dois anos que se seguiram à sua participação na final da prova de Sydney, mas foi retirado por falta de resultados desportivos nesse período, como aconteceu com outros atletas".

Ainda segundo a Missão portuguesa em Atenas, Manuel Silva continuou a ser apoiado pela respectiva Federação, através dos apoios financeiros à Alta Competição, "que lhe proporcionou condições e oportunidades para alcançar os mínimos olímpicos".

Após a celeuma provocada pelas declarações de Manuel Silva, o COP e o atleta concordaram com o seu regresso imediato a Lisboa, estando a serem envidados todos os esforços para que isso seja possível ainda hoje.