Sudão e ONU assinam acordo que garante regresso voluntário de um milhão de deslocados
Assinado em Cartum, o acordo pretende garantir que ninguém que fugiu ao conflito – que já matou cerca de 30 mil pessoas e destruiu centenas de povoações – seja forçado pelas forças de segurança do Sudão a regressar a casa sem que estejam reunidas as condições de segurança necessárias.
Este acordo faz parte de uma série de medidas com as quais as autoridades sudanesas se comprometeram no âmbito do Plano de Acção Darfur, definido para demonstrar ao Conselho de Segurança da ONU que Cartum está a trabalhar para acabar com os conflitos, já considerados pelas Nações Unidas como a pior crise humanitária do mundo.
O acordo – que apela à criação de um grupo para coordenar o regresso dos sudaneses - foi assinado por Brunson McKinley, director-geral da Organização Internacional das Nações Unidas para a Migração, Mustafa Osman Ismail, ministro dos Negócios Estrangeiros do Sudão, e um enviado da ONU.
“Agora temos um mecanismo que vai acabar com eventuais dúvidas sobre se o regresso dessas pessoas será voluntário ou não”, comentou o ministro sudanês durante a assinatura do acordo.
As negociações de paz, organizadas pela União Africana, estão marcadas para esta segunda-feira na Nigéria, entre dois grupos rebeldes e o Governo do Sudão.
Os combates em Darfur surgiram quando os rebeldes africanos se revoltaram contra o Governo em Fevereiro de 2003. De acordo com as Nações Unidas, os conflitos já levaram à fuga de cerca de 1,4 milhões de pessoas das suas casas. Muitas delas estão em campos de refugiados e 180 mil fugiram para o Chade.