Taxistas rejeitam aumento das tarifas até final de 2004
Carlos Ramos, presidente da FPT, garante que o aumento do preço do gasóleo "já vai em 20 por cento desde o início do ano", e considera que "o agravamento tem sido excessivo". No entanto, o líder desta associação empresarial defende "que a revisão das tarifas no meio do ano pode ser negativa". Para Carlos Ramos, a solução pela qual o Governo devia optar é a da "criação do gasóleo profissional, à semelhança do que acontece na agricultura". Se a opção fosse pela alteração dos tarifários, "teria de haver um aumento na ordem dos cinco por cento", o que "pode afastar ainda mais os utilizadores, porque não há poder de compra", declarou.
A mesma posição é partilhada pelo presidente da ANTRAL. Florêncio de Almeida acredita que um aumento imediato das tarifas nunca iria compensar o sector, uma vez que os taxistas teriam de acarretar com os custos da actualização dos taxímetros (cerca de 125 euros) e só sentiriam os efeitos da medida durante poucos meses. Florêncio de Almeida defende, todavia, que o aumento do próximo ano terá de ter em conta a subida de custos com os combustíveis, pelo que uma actualização tarifária de "menos do que oito, nove ou dez por cento é difícil".
A Associação Nacional de Transportes Rodoviários de Pesados de Passageiros (Antrop), que representa as empresas de autocarros de passageiros, foi ontem a que se mostrou mais aberta a uma subida imediata das tarifas. A Antrop entende que "o Estado deve criar mecanismos de compensação, como por exemplo a criação de um gasóleo profissional, ou então o aumento das tarifas" com implicação directa junto dos utilizadores, disse Alfredo da Silva, presidente daquela entidade, na medida em que alguns dos associados "estão a entrar em pânico" devido à situação actual. "Se o senhor ministro não encontra outro mecanismo de compensação para o custo social que os operadores têm de suportar, então é com agrado que vemos esta abertura em aumentar as tarifas", afirmou. O aumento teria de ser "de seis por cento ou mais", concluiu o líder da Antrop.