Açores: apenas um ferido no incidente com avião da TAP continua hospitalizado (actualização)

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O aparelho da TAP transportava 133 passageiros e oito tripulantes DR

Um Airbus A-310 da transportadora aérea portuguesa com 133 passageiros a bordo viu-se forçado a proceder a uma "manobra de emergência" para evitar a colisão com um pequeno avião privado que tinha descolado da Base das Lajes, na Terceira.

A manobra, executada quando muitos dos ocupantes do avião ainda não tinham colocado os cintos de segurança, originou ferimentos em 32 passageiros e dois tripulantes embarcados no voo proveniente de Lisboa.

Segundo fonte do hospital, o único passageiro que permanece internado vai ser submetido a um exame de tomografia axial computorizada (TAC) devido a suspeitas de fractura da coluna ou bacia. A mesma fonte adiantou que entre os feridos se encontravam duas crianças e uma mulher grávida.

No voo da TAP viajava também o ministro da Agricultura, Pescas e Florestas, Carlos Costa Neves, que não sofreu qualquer ferimento.

O ministro contou à Lusa que o "nervosismo" dos passageiros foi acalmado pelas informações do comandante da aeronave. "Não sei bem dizer se houve pânico. Houve muito nervosismo. Mas imediatamente a seguir ao incidente, o comandante anunciou aos passageiros o que se tinha passado, o que contribuiu para acalmar as pessoas", afirmou Costa Neves.

Segundo o governante, os passageiros ficaram feridos sobretudo porque não levavam o cinto de segurança apertado. "As pessoas que iam sem cinto, que não era o meu caso, foram projectadas das cadeiras para cima. Os ferimentos aconteceram no momento em que bateram no tecto do avião ou quando caíram", descreveu, acrescentando que ainda não tinha sido dada instrução para que os passageiros colocassem os cintos.

De acordo com Costa Neves, os passageiros sentiram um efeito parecido ao que ocorre quando se passa por um poço de ar, em que "o avião cai repentinamente algumas dezenas ou centenas de metros". Depois da aterragem, "todos os meios, entre ambulâncias e pessoal técnico estavam já junto ao avião", relatou.

Aparelho particular que quase colidia com avião da TAP fez viagem normal

Entretanto, o aparelho particular que esteve em rota de colisão com o avião da TAP tinha apenas a bordo o piloto e o co-piloto e fez uma viagem normal entre a Terceira e Lisboa, segundo a empresa de navegação e tecnologia Omni.

A pequena aeronave Bechcraft, com capacidade para sete passageiros, pertence à empresa de construção Somague mas é operada pela Omni.

Segundo Pedro Caneira, da Omni, o avião opera nos Açores e só vai a Lisboa quando é necessário. Hoje, explicou, o aparelho partiu do aeroporto das Lajes com destino a Lisboa apenas com a tripulação a bordo e realizou um voo normal.

Segundo fonte da TAP, a rota de colisão entre os dois aparelhos foi detectada pelo radar do Airbus da empresa a cinco mil metros de altitude.

O aparelho da companhia aérea portuguesa, que transportava 133 passageiros e oito tripulantes, preparava-se para aterrar na ilha Terceira, às 09h40 locais (10h40 em Lisboa), quando subitamente teve de fazer uma manobra para evitar uma colisão com a outra aeronave.

O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações já abriu um inquérito para apurar responsabilidades do incidente, à semelhança da própria TAP.

O incidente de hoje foi o primeiro na história de cinco décadas do aeroporto das Lajes, que serve a aviação civil e militar na ilha Terceira.

A Força Aérea Portuguesa recusou fazer qualquer comentário sobre o que poderá esta na origem do incidente. O avião da TAP estava sob controlo militar da Base das Lajes quando teve de fazer a manobra brusca.

Entretanto, a TAP anunciou que vai operar na noite de hoje um voo extra da Terceira para Lisboa, para transportar os passageiros retidos na ilha na sequência do incidente.