ONU lembra morte de Sérgio Vieira de Mello
Com o brasileiro morreram outras 21 pessoas de dez nacionalidades. A morte de Mello, potencial sucessor de Kofi Annan, causou uma onda de indignação. As feridas abertas pelo que Annan chamou "golpe sem igual" (para os funcionários da organização é "o nosso 11 de Setembro") permanecem por fechar. Ontem chorou-se em Nova Iorque, Amã, Bagdad e em Genebra, onde o secretário-geral recebeu familiares e discursou perante os funcionários da ONU na cidade.
"Como é que melhoramos a segurança sem dificultar em excesso o nosso trabalho e eficácia? O nosso trabalho é com pessoas. Temos que conseguir chegar até elas e elas têm que poder vir até nós", interrogou-se o secretário-geral.
Uma semana depois do atentado Annan garantia que a ONU deveria respeitar o pedido de Mello: "Não os deixem retirar a missão", disse o diplomata de 55 anos aos que tentavam salvá-lo. Um segundo ataque, semanas mais tarde, e Annan ordenou mesmo a saída de todo o pessoal estrangeiro - a operar desde aí em Amã. Agora espera-se da ONU um "papel de liderança" na transição política do país. O novo enviado de Annan, Ashraf Jehangir Qazi, já está em Bagdad, mas a missão não. Nenhum país ofereceu soldados para uma força que a deveria proteger e Annan ainda não sabe as respostas às suas perguntas.