Apoiantes garantem que Moqtada al-Sadr permanece em Najaf
"Moqtada Sadr é filho de Najaf e chefe do 'Exército de Mahdi' [a milícia xiita]. Ele não vai abandonar a cidade, salvo se for feito mártir", declarou Ahmad al-Chaibani, em declarações à televisão Al-Jazira.
Horas antes, um porta-voz do Governo anunciou que agentes da polícia iraquiana tinham entrado no mausoléu e detido 400 milicianos que aí se encontravam entrincheirados. O responsável afirmava que Sadr não tinha sido localizado, admitindo que o líder radical pudesse ter fugido do mausoléu, aproveitando a confusão gerada pelos combates de ontem à noite.
Confrontado com estas informações, Chaibani dizia que tais comentários "só podem suscitar ironia" e negava categoricamente a entrada de polícias no mausoléu, onde, segundo a tradição, está sepultado Ali, primo e genro do profeta Maomé, primeiro imã do xiismo.
A informação governamental foi também desmentida por um responsável da defesa norte-americana. "Estamos todos no exterior do mausoléu, tal como a polícia iraquiana". Um jornalista da AFP que se encontra na zona garantiu também que nenhum polícia iraquiano entrou naquele local.
Depois dos avanços e recuos dos últimos dias, Moqtada al-Sadr anunciou ter chegado a acordo com colaboradores do "ayatollah" Ali Sistani, a figura mais alta da hierarquia religiosa xiita, para a entrega das chaves do mausoléu. Espera-se agora a chegada da delegação xiita ao local para que os milicianos comecem a abandonar o local de culto.
Contudo, e apesar das ameaças do Governo interino, dos bombardeamentos dos últimos dias e das ofertas de compromisso da conferência nacional iraquiana, o jovem líder radical continua a recusar desarmar a sua milícia — condição imposta para a transformação do seu movimento em partido político.