Jovem de 18 anos ferido com queda de baliza teve alta
Eduardo Pereira, filho de emigrantes em França, recebeu tratamento no Centro Hospitalar do Alto Minho, em Viana do Castelo, depois de ter sido assistido no Centro de Saúde de Melgaço, local para onde foi transportado por familiares ao final da tarde de anteontem logo após o acidente.
Eduardo, o primo e duas crianças saltaram a vedação do recinto desportivo desactivado do Centro Recreativo e Desportivo "Os Fronteiriços" para jogar futebol quando, segundo revelou o primo que o acompanhava, a baliza cedeu ao seu peso. "Ele estava de guarda-redes e nós estávamos a jogar quando o vimos pendurado na baliza e depois a baliza tombou nele", descreveu Jeremy ao PÚBLICO, reforçando que não era hábito utilizar o recinto e que as balizas estavam colocadas no local próprio e não estavam presas.
O polidesportivo, composto por um campo de futebol, duas piscinas e uma zona de lazer, está fechado há cerca de três anos, mas "Os Fronteiriços" - que participaram o encerramento ao Instituto dos Desportos e à autarquia local - ainda detém o espaço. António Vieira, associado que vela pelo recinto, garantiu ontem que o espaço não ter tido conhecimento da utilização do espaço por crianças. Relativamente às balizas, Vieira asseverou que estavam deitadas de forma a não serem utilizadas e que terão sido os jovens que as terão levantado para jogar futebol, recusando, por isso, qualquer responsabilidade pelo acidente.
A família de Eduardo Pereira, que parte hoje de regresso ao país de acolhimento, não pretende accionar qualquer tipo de mecanismo judicial, pedindo apenas que "se tomem precauções para evitar acidentes estúpidos". Para Rui Solheiro, presidente da Câmara de Melgaço, será necessário "accionar, juntamente com as entidades competentes, formas de trabalho conjunto para instituir uma política de prevenção".
Já o menino de 12 anos atingido segunda-feira por uma baliza em Arcos de Valdevez continua internado nos cuidados intensivos pediátricos do Hospital de S. João, no Porto, em coma e com prognóstico reservado.
Ontem mesmo, foi publicada em Diário da República uma portaria complementar à lei que exige que as entidades responsáveis por equipamentos desportivos, entre os quais as balizas, são obrigadas a celebrar um seguro de responsabilidade civil com um capital mínimo de 20 mil euros.