Alta do petróleo deve reflectir-se em Portugal dentro de 15 dias

O preço dos combustíveis é, essencialmente, determinado através da média dos últimos oito a dez dias do custo dos produtos no mercado europeu de referência (Platts), explicou José Horta.

O preço do barril de crude atingiu hoje o máximo histórico de 49,40 dólares no mercado de Nova Iorque, e o Brent em Londres, que serve de referência aos mercados europeus, subiu até aos 45,15 dólares.

José Horta admite que o barril do petróleo possa chegar aos 60 dólares, mas prevê que depois recue para o patamar mais estável dos 45 dólares.

O responsável manifestou-se "moderadamente optimista" em relação à escalada dos preços, relacionando-a com factores conjunturais como a situação no Iraque, Rússia e Venezuela. Não prevê, contudo, que o preço influencie o nível de consumo interno.

"O mercado não é muito sensível ao preço, até porque a gasolina, por ser mais cara, está a ser substituída em Portugal pelo gasóleo que é já duas vezes e meia maior do que mercado da gasolina", argumentou.

José Horta afasta mesmo a ideia de que as reservas detidas pelas petrolíferas, compradas a um custo mais baixo, possam deter a alta dos preços. "O produto é sempre colocado no mercado ao preço da reposição dos stocks", disse.

Quanto à subida dos preços dos combustíveis em Portugal, a APETRO defende que desde a liberalização, a 1 de Janeiro, até ao final de Julho, os preços médios da gasolina e do gasóleo (excluindo impostos) têm aumentado em correlação com a cotação dos produtos no mercado europeu de referência (Platts).

Os preços internacionais da gasolina subiram 43,9 por cento e os do gasóleo 34,8 por cento nos primeiros sete meses do ano. Esse aumento reflectiu-se em Portugal num aumento médio da gasolina de 31,0 por cento e de 21,1 por cento no caso do gasóleo.

Na União Europeia, o preço médio da gasolina cresceu 31,6 por cento e o do gasóleo 22,7 por cento no mesmo período.