Washington duvida da anunciada rendição de Moqtada al-Sadr
O jovem líder xiita aceitou depor as armas depois de o ministro da Defesa iraquiano ter ameaçado lançar uma ofensiva de grande envergadura contra os seus fiéis entrincheirados em Najaf.
Entrevistada pela CNN, Rice colocou nas mãos do Governo interino iraquiano a responsabilidade de resolver a crise na cidade santa xiita, mas acrescentou que "ninguém vai aceitar imediatamente as suas propostas".
"É preciso ver acções. Ele [Sadr] diz muitas coisas, mas cumpre pouco. Por isso, não acredito que o Governo iraquiano acredite em tudo o que ele diz".
Rice confirmou que os soldados americanos deixarão aos iraquianos a missão de "tratarem de algotão sensível como entrar no mausoléu mais sagrado" para os xiitas iraquianos.
"Vamos apoiar os iraquianos nos seus esforços e esperar para ver do que são capazes", disse a mesma responsável à Fox News.
Ontem, o porta-voz de al-Sadr, Ahmad Chaibani, disse à AFP que o líder radical enviou uma mensagem à Conferência Nacional iraquiana onde diz que aceita todas as condições que lhe são colocadas.
Na segunda-feira, a Conferência Nacional iraquiana exigiu a retirada do Exército de Mehdi (a milícia de al-Sadr), do mausoléu do imã Ali; a entrega das armas; e a transformação do grupo do líder xiita num partido político.
O Exército americano e a polícia iraquiana continuam a cercar o Mausoléu de Ali. Hoje de manhã ouviram-se várias explosões na cidade. Ouvem-se ainda tiros esporádicos de armas automáticas e morteiros, relata o correspondente da AFP.
Em Bagdad o Exército americano revelou hoje que pelo menos 50 iraquianos rebeldes foram mortos no bairro de Sadr City, um bastião xiita.
Ontem, o canal de televisão Al-Jazira divulgou uma gravação de vídeo na qual um grupo iraquiano até agora desconhecido ameaça matar o jornalista norte-americano Micah Garen, raptado no sábado, se as forças americanas não saírem de Najaf nas próximas 48 horas.