O ministro Urbani afirmou ao "Il Corriere della Sera" que o corte das verbas à Cultura, no âmbito do ajuste do Orçamento aprovado a 9 de Julho, poderá levar ao encerramento da Galeria dos Ofícios, em Florença, um dos museus mais visitados do mundo, no qual se encontram telas de Rafael, Da Vinci, entre outros renascentistas.

Segundo Urbani, os cortes foram "irreflectidos" e serão sentidos "de forma indiscriminada nos bens culturais".

Neste sentido, o ministro do Governo liderado por Silvio Berlusconni garantiu que, caso a situação não seja revista, prefere sair do Governo a "assistir impotente ao suicídio".

O ajuste orçamental do Executivo italiano estabelece uma redução de 25 por cento nos gastos de funcionamento dos museus e sítios arqueológicos, o que obrigará, entre outras coisas, a rever os contratos com as empresas que se encarregam da limpeza dos centros artísticos.

Esta política de cortes incidirá, segundo Urbani, nos horários de abertura dos espaços e levará ao encerramento "parcial ou total" de "importantes museus como a Galeria dos Ofícios".

A galeria florentina fechou o ano 2003 com mais de 500 mil euros de défice.

O ministro da Cultura assegurou, no entanto, estar disposto a trabalhar para evitar o "suicídio", sublinhando que os bens culturais são um motor de desenvolvimento e contribuem para a "difusão de uma imagem positiva e prestigiosa do país no estrangeiro". "O nosso património artístico é uma imagem de marca", sentenciou, admitindo que o Governo quer manter essa imagem.