José Manuel, comandante dos bombeiros de Alcochete e um dos turistas da agência de viagens Club VIP ainda retidos em Natal, relatou que mais de 300 pessoas, na grande maioria portugueses, chegaram a embarcar na madrugada de segunda-feira no Lockheed da companhia Yes, mas que a descolagem foi abortada pelo piloto depois de o motor esquerdo "estoirar" e lançar labaredas.

A descolagem foi abortada cerca das 00h30 de segunda-feira (hora do Brasil) - o voo estava inicialmente previsto para as 20h45 de domingo. Após a avaria, os passageiros foram transferidos para hotéis da região, tendo sido informados de que regressariam a Portugal depois de a reparação ser feita por mecânicos requisitados à TAP.

Ontem de manhã, através da Megatour, representante da agência de viagens Club VIP no Brasil, alguns passageiros foram informados de que o avião tinha regressado a Portugal só com a tripulação, por motivos de segurança.

Face à impossibilidade de regressarem no avião da Yes, os passageiros foram transferidos para voos da TAP, mas, até ao momento, apenas 28 das 59 pessoas colocadas no Hotel Praia Center haviam conseguido lugares.

"Não houve critério na escolha dos passageiros que regressavam primeiro. Foi uma espécie de salve-se quem puder", criticou José Manuel, que devia ter começado a trabalhar na segunda-feira nos Bombeiros de Alcochete e interroga-se sobre quem irá pagar os prejuízos sofridos.

Paulo Bandeira, director comercial da Yes (empresa detida pela TAP e pelas Viagens Abreu), confirmou à Lusa que o aparelho teve uma avaria num dos motores e que foram enviados mecânicos da TAP ao Brasil. Contudo, como o motor "não estava a cempor cento", a empresa optou por fazer regressar o avião só com a tripulação, sendo que todos os passageiros deverão voltar a Portugal até ao final do dia, garantiu Paulo Bandeira.

O responsável da Yes disse que não foi possível fretar um avião de substituição devido aos atrasos verificados nos voos devido ao furacão Charley.