Comunicado de Figo

"Caros Amigos,

Há momentos na vida em que todos nós somos obrigados a fazer opções. Algumas mais fáceis que outras. Esta, por razões que são óbvias, é-me particularmente difícil.

Ao longo de 15 anos ao serviço das várias Selecções Nacionais foram muitas as experiências e as alegrias que vivi. Estou extremamente feliz por esse percurso, no qual cresci e me formei como pessoa e como profissional de futebol. Foram muitos estágios, muitos momentos de trabalho, de confraternização, de emoções fortes, de alegrias e também de algumas tristezas; momentos que me ajudaram a ponderar.

Para além do êxito de Portugal, em termos organizativos, no recente Euro-2004 e que a todos encheu de orgulho, vimos surgir um novo grupo de futebolistas, capaz de garantir a continuidade do nível alcançado pelo futebol português na última década.

Penso, porém, que chegou o momento de fazer uma pausa. Não sei, ainda, dizer se para sempre - porque nunca recusei servir o meu País e porque ninguém pode prever o futuro! -, mas, neste momento sinto necessidade de parar. Esta é a expressão do meu sentimento.

Continuarei a apoiar, a sofrer e a desejar sempre o melhor para a minha, acho que a posso denominar assim, Selecção Nacional! Serei sempre um incondicional, quer nos bons quer, principalmente, nos momentos mais difíceis. Aliás, direi mesmo que vou manter-me "presente" e disponível para ajudar a Selecção Nacional sempre que a isso seja solicitado e sempre que entenderem que a minha presença representa uma 'mais valia' indispensável.


Nesta hora de pausa, e sem prejuízo do que o futuro possa vir a reservar-me, permitam-me que dedique, nestas poucas linhas, uma palavra de sentido agradecimento a todos aqueles que sempre estiveram ao meu lado:

- primeiro, à minha família, pelo apoio incondicional ao longo de todos estes anos. Sem ela teria sido impossível estar de alma e coração, tantos anos, ao serviço das Selecções nacionais;

- ao público, pelo seu carinho;

- a todos os meus companheiros com quem partilhei tantas emoções. Eles são o que de melhor existe nas Selecções Nacionais e sem os quais não teriam sido possíveis os triunfos que alcançámos;

- ao Presidente da Federação Portuguesa de Futebol , aos treinadores, aos médicos, aos massagistas e ao pessoal ligado à Federação, que trabalham para que nada falte aos jogadores; uma menção especial ao Senhor Carlos Godinho, companheiro de todos estes anos de Selecção.

A todos, o meu profundo agradecimento, pela dedicação, esforço, carinho e amizade que me dedicaram.

Desejando sempre o melhor para o meu País.
Até sempre

Luís Figo"




Figo anuncia abandono da selecção

Foto
Em 12 anos, Figo regista 110 internacionalizações e 31 golos Frank Augstein/AP

Desde 12 de Outubro de 1992 - o dia da estreia do médio com a camisola da selecção principal, num encontro entre o Luxemburgo e Portugal -, Figo registou 110 internacionalizações e 31 golos.

O último jogo de Luís Figo pela selecção portuguesa foi a final do Euro 2004, que Portugal perdeu contra a Grécia (0-1), em Lisboa.

"Bola de Ouro" em 2000 e Melhor Jogador da FIFA no mesmo ano, Figo participou pela primeira vez numa fase final de um Mundial (Coreia do Sul e Japão) em 2002, sendo que já tinha a experiência de dois Europeus (1996 e 2000).

Lançado para a ribalta pelo Sporting, depois de ter brilhado na conquista do segundo Mundial de júniores por Portugal (Lisboa 1991), Figo viu-se impedido de ir para o futebol italiano em 1995 por ter assinado por dois clubes, Juventus e Parma. O Barcelona aproveitou e encontrou nele um grande construtor de jogo, especialmente pela ala direita.

Após um grande Euro 2000, em que Portugal chegou às meias-finais, um "Verão escaldante" fez de Figo o jogador mais caro de sempre – o Real Madrid pagou 60 milhões de euros – e também um dos mais odiados, pelo menos entre os adeptos mais fanáticos do "Barça".

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