Michael Jackson foi a tribunal ouvir o seu "nemesis"
Jackson é acusado de ter molestado sexualmente um rapaz de 14 anos. O artista, de 45 anos, diz-se inocente e vítima de uma perseguição da parte das autoridades - especialmente de Sneddon, que liderou também um processo semelhante há uma década (esse caso, que também envolvia abuso de menores, nunca foi a julgamento).
À hora de fecho desta edição, ainda não eram conhecido o teor do testemunho de Sneddon. Esperava-se que os advogados de Jackson questionassem o procurador por ter colocado escutas e revistado os escritórios de um detective particular que trabalhava para o artista.
A sessão de ontem no tribunal era uma audiência preliminar; Jackson não era obrigado a comparecer. Mas o artista decidiu ir na mesma - em grande estilo. Jackson chegou num autocarro preto e dourado, rodeado de uma enorme "entourage". Os seus familiares, seguranças e outros acompanhantes foram saindo pouco a pouco; Jackson esperou quase dez minutos até descer do autocarro, levando ao delírio umas poucas centenas de fãs.
Acompanhado por um guarda-costas que segurava um guarda-sol, Jackson acenou para os seus fãs, que berravam "Inocente!, inocente!". Alguns dos fãs traziam cartazes com "slogans" contra Tom Sneddon. Havia também um grupo mais pequeno de manifestantes anti-Jackson.
Todo o clã Jackson ia vestido de branco - não só Michael (que também trazia uma braçadeira dourada), mas os seus pais e vários irmãos (incluindo os artistas Janet, LaToyah e Jermaine). A família Jackson teve grandes desavenças nos últimos anos (Michael chegou a acusar o pai de maus tratos), mas tem estado unida desde que foram divulgadas as novas acusações contra o seu membro mais famoso; o "uniforme" branco terá sido um gesto para frisar essa unidade.
A comparência de Jackson foi uma forma de mostrar ao tribunal como está a levar a sério o processo - na primeira audiência a que teve de comparecer, Jackson irritou o juiz chegando com mais de uma hora de atraso, e dando um "show" improvisado aos fãs à porta do tribunal.
As cenas de ontem também serviram a Jackson para retomar o combate pela sua imagem. No domingo, Jackson compareceu noutra acção de "relações públicas".
O artista foi uma igreja evangélica de Los Angeles. Apesar de ser testemunha de Jeová, Jackson foi à igreja, numa comunidade negra, acompanhado do actor/comediante Steve Harvey, ouvir coros de "gospel". Depois, foi a uma aula de catequese, e falou com crianças. Segundo o "Los Angeles Times", uma delas perguntou-lhe se podia visitá-lo no seu rancho Neverland. Jackson respondeu "Claro que sim".