Segundo os jornalistas que acompanhavam os dignitários, a delegação esperou durante três horas no mausoléu do imã Ali, um dos locais mais sagrados para os xiitas, transformado em quartel-general da milícia xiita, sem que o Sadr viesse ao seu encontro.

Um dos seus colaboradores justificou a ausência do líder xiita afirmando que a estrada de acesso ao mausoléu é muito perigosa “por causa da agressão norte-americana”, dando a entender que Sadr não se encontraria no local, ao contrário do que tem sido dado como certo.

Ainda assim, os representantes da Conferência Nacional garantem que não vão desistir de mediar o conflito, pois dizem ter sido bem acolhidos pelos colaboradores de Sadr.

Este fracasso aumenta ainda mais as hipóteses das forças norte-americanas, em colaboração da polícia iraquiana, lançarem um novo assalto contra os redutos do Exército de Mahdi em Najaf, pondo um fim definitivo à trégua negociada no final da semana passada. O cessar-fogo tinha por objectivo permitir que representantes de Sadr e do Governo interino encontrassem uma solução pacífica para os confrontos que se arrastam desde dia 5, mas as negociações fracassaram e ao fim de algumas horas os confrontos regressaram, ainda que de forma esporádica, à cidade.

A Conferência Nacional – que se encontra reunida em Bagdad desde domingo passado para eleger os futuros membros da futura assembleia provisória – decidiu ontem enviar uma delegação a Najaf para tentar convencer Sadr a “retirar o Exército de Mahdi do mausoléu, a entregar as suas armas e transformar-se num partido político”.

Entretanto, Sadr convidou hoje o Papa João Paulo II a mediar o conflito, depois do Vaticano ter oferecido, ontem, os seus préstimos para a resolução da crise.