Dados de Torri Edwards

Data de nascimento: 31 de Janeiro de 1977
Local de nascimento: Fontana, Califórnia (EUA)
País: EUA
Altura: 1,63m
Peso: 52kg

Disciplinas: “sprint” 100 e 200m

Palmarés
Jogos Olímpicos Sydney 2000: 3ª nos 4x100m
Mundiais de atletismo de 2003: 1ª nos 100m e 2ª nos 200m
Mundiais de atletismo em pista coberta de 2003: 3ª nos 60m

Recordes pessoais: 10,93s nos 100m (2003); 22,28s nos 200m (2003)

Nota: nos Mundiais de 2003, Edwards foi segunda nos 100m e terceira nos 200m, mas beneficiou da desclassificação por “doping” da sua compatriota Kelli White.

Fonte: AFP


A niquetamida é comum nos controlos "antidoping"?

Um caso como o de Torri Edwards, campeã mundial dos 100m, é raro no desporto. Apesar de os estimulantes encontrarem muitos adeptos no desporto, essencialmente em modalidades onde a necessidade de explosão física é mais premente, a niquetamida é difícil de encontrar nos países da União Europeia ou nos EUA, porque a sua eficácia clínica não compensa os efeitos secundários.

Juan Manuel Alonso, director dos serviços médicos da Federação Espanhola de Atletismo e presidente da comissão médica da Associação Internacional das Federações de Atletismo, explicou num artigo publicado no “El País” que a niquetamida é proibida no desporto porque pode ser usada para “estimular o sistema circulatório, aumentando a pressão sanguínea, e o respiratório, pois aumenta o ritmo e a profundidade da respiração”.

Segundo este responsável, é precisamente pelo facto de ser difícil de encontrar que a niquetamida pode ser apetecível no desporto. “A sua utilização seria destinada a diminuir a fadiga, melhorar o rendimento e tentar enganar os laboratórios de controlo da dopagem, pensando-se que um estimulante tão raro não vai ser detectado”, vincou Alonso.

O obstáculo para os atletas batoteiros reside na forma como os laboratórios trabalham: todas as substâncias na lista proibida são testadas, até ao momento em que a Agência Mundial Antidopagem as retire; mesmo assim, há produtos que continuam sob vigilância, como a cafeína e a pseudoefedrina

Ao nível médico, esta substância ainda é usada no Leste europeu e na América Latina para tratar colapsos do sistema respiratório ou em asfixias de recém nascidos.

Tribunal Arbitral confirma suspensão da campeã mundial dos 100m

Foto
Edwards fora ouvida na segunda-feira pelo TAD Petros Giannakouri/AP

As análises a esse teste, efectuado no dia 24 de Abril, durante um “meeting” em Fort-de-France, na ilha de Martinica, detectaram niquetamida, um estimulante. A velocista norte-americana argumentou que se tratou de dopagem involuntária, causada por um suplemento comprado naquele país das Caraíbas, mas a Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) considerou que a niquetamida não é um estimulante fraco e que se tratou de uma violação grave dos regulamentos antidopagem.

Edwards recorreu para o TAD e expôs os seus argumentos na segunda-feira, durante uma audiência, com esperanças de ainda participar em várias provas de velocidade – 100m, 200m e 4x100m – em Atenas 2004, onde era uma das favoritas. Contudo, após uma reunião de cinco horas e mais, o painel do tribunal, especialmente destacado para Atenas 2004, considerou que a “sprinter”, o treinador ou o preparador físico deveriam ter tomado atenção ao rótulo do suplemento, mesmo que este estivesse em francês, como foi o caso.

“De acordo com o painel, há a obrigação de todos os atletas, e particularmente dos de topo, de assegurar que nenhuma substância proibida lhes entra no corpo, tecidos ou fluidos. O painel considero que Torri Edwards foi negligente ao não averiguar se o produto continha substâncias proibidas”, afirmou o TAD em comunicado, vincando que houve negligência também da parte do grupo de apoio à atleta.

A IAAF, que recomendou à Agência “Antidoping” dos EUA a aplicação da pena de dois anos, mostrou-se satisfeita com o veredicto. “É muito importante que os atletas tenham noção das suas obrigações relativamente à dopagem. A credibilidade do desporto depende disso”, vincou o porta-voz do organismo, Nick Davies.

Desta forma, Edwards só voltará às competições a 17 de Julho de 2006 e nestes Jogos Olímpicos será substituída por Gail Devers nos 100m e LaShaunte'a Moore nos 200m.

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