Bloco de Esquerda exige substituição do procurador-geral da República

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Louçã afirma que "a permanência do actual procurador só poderia acrescentar instabilidade, desconfiança e falta de credibilidade" às investigações António Cotrim/Lusa

A edição desta semana do "Independente" revela excertos de conversas entre o jornalista do "Correio da Manhã" Octávio Lopes e o ex-director da Polícia Judiciária Adelino Salvado e gravações de conversas entre o mesmo jornalista e a porta-voz da Procuradoria-Geral da República, Sara Pina, onde é referido o nome do antigo secretário-geral do PS, Ferro Rodrigues.

Pouco depois do anúncio do alegado furto das cassetes, Adelino Salvado apresentou a sua demissão, alegando perseguições e falta de apoio político.

Em conferência de imprensa, o líder do Bloco de Esquerda (BE), Francisco Louçã, afirmou que "a permanência do actual PGR só poderia acrescentar instabilidade, desconfiança e falta de credibilidade para desenvolver as investigações prioritárias para a justiça que falta no nosso país".

O BE considera ainda que "a serem verdadeiras, [as gravações] comprovariam que o gabinete do PGR colaborou com o crime de violação de segredo de justiça e procurou manipular a opinião pública no Caso Casa Pia". E salienta que "o facto é tanto mais chocante quanto o próprio PGR tinha sempre garantido a máxima prioridade a investigações sobre a fuga ao segredo de justiça".

Por isso, diz Francisco Louçã, "não pode investigar um crime quem comete esses crime, ou seja quem pratica a fuga ao segredo de justiça".

O BE entende que "ao procurar responsabilizar uma assessora por uma iniciativa que é da responsabilidade do gabinete, Souto Moura demonstrou que não está à altura da responsabilidade do cargo, tanto mais que a iniciativa não poderia ser desenvolvida sem o conhecimento e autorização do próprio PGR".

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