Venezuela: encerramento das urnas adiado por quatro horas
Segundo o porta-voz do organismo, a CNE decidiu adiar para as 20h00 locais (01h00 em Lisboa) o encerramento das urnas, que deveriam fechar às 16h00 (21h00 em Lisboa). Contudo, a elevada participação na consulta popular provocou enormes filas junto mesas de voto, que se mantinham a meio da tarde, pelo que muitos eleitores esperam ainda a sua vez para votar.
“Segundo as projecções, a taxa de abstenção será baixa”, explicou o porta-voz.
Entretanto, a AFP noticia que um grupo de homens armados atacou, ao final da tarde, uma secção de voto nos arredores de Caracas, matando uma pessoa e ferindo a tiro outras dez.
“Segundo a versão que nos foi contada, os eleitores esperavam na fila para votar quando os agressores chegaram de moto e começaram a disparar”, afirmou o chefe dos bombeiros de Caracas.Trata-se do primeiro incidente grave ocorrido durante a votação, a decorrer até aqui de forma pacífica, apesar do clima tenso em que se realiza.
Perto de 14 milhões de venezuelanos foram hoje chamados às urnas para dizerem se querem que o polémico Presidente Chávez cumpra a totalidade do mandato para que foi eleito e que se prolonga até Janeiro de 2007.
Fazendo uso de um preceito constitucional, a oposição ao Presidente reuniu o número necessário de assinaturas para convocar o referendo revogatório, realizado a meio do mandato presidencial. Mas para conseguir afastar Chávez da presidência, a oposição terá de conseguir mais de 3,7 milhões de votos – o número de eleitores que em 2000 apoiaram o polémico Presidente.
Cerca de 180 observadores – a maioria dos quais integrados em delegações de organismos internacionais – acompanham esta consulta, a fim de garantir a legalidade do referendo, que se espera venha a pôr fim à crise política que se vive há dois anos no país, com a população dividida, em blocos quase iguais, entre “chavistas” e opositores.