Najaf volta a ser palco de confrontos depois de dois dias de cessar-fogo
O jornalista da AFP no local dava incialmente conta dos avisos lançados pelas tropas norte-americanas para que os repórteres na cidade abandonassem o local, porque o exército americano não poderia continuar a garantir a sua segurança.
Pouco depois, tiros de canhão e fumo começaram a erguer-se da zona do cemitério de Najaf. As forças americanas cercaram os acessos à cidade e há viaturas policiais com sirenes a girar que se dirigem ao mausoléu de Ali.
No sul da cidade, veículos Humvee americanos disparam para afastar outros veículos da zona.
Centenas de iraquianos, na sua maioria milicianos, terão morrido nos confrontos que opõem o Exército de Mahdi aos militares americanos e às forças de segurança iraquianas nas últimas semanas.
Depois de uma trégua que durava desde sexta-feira e que interrompeu nove dias consecutivos de violência na cidade xiita, o Governo interino iraquiano anunciou ontem que iria ordenar o reinício das operações militares contra a milícia xiita, na sequência do fracasso das negociações. O objectivo governamental é desarmar todas as milícias ainda activas no país.
Por seu turno, o movimento de Sadr acusa o primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allawi, de ter ordenado a suspensão das negociações de forma unilateral. "Tínhamos já chegado a acordo com Rubai sobre todos os pontos" em discussão, "mas o primeiro-ministro pôs fim às negociações e chamou Rubai a Bagdad, ao mesmo tempo que as tropas norte-americanas avançam para Najaf", afirmou um porta-voz de Sadr.
Moqtada al-Sadr é um clérigo radical xiita que se opõe à presença americana no Iraque que granjeia simpatia entre a população xiita mais pobre, mas que não é aceite pela hierarquia religiosa xiita. O Exército de Mahdi é o grupo miliciano que lidera, composto por combatentes radicais.