Fronteira entre o Burundi e República Democrática do Congo encerrada

A fronteira com a República Democrática do Congo foi "encerrada por razões de inquérito", disse à AFP o ministro do Interior do Burundi, Simon Nyandwi, tendo um alto responsável dos serviços secretos do país, que pediu o anonimato, indicado que essa decisão partiu do Governo do Burundi ontem, mas só hoje foi aplicada. A mesma fonte disse desconhecer qual o período em que a fronteira ficará fechada.

Na passada sexta-feira, entre 150 e 165 pessoas, segundo fontes no local, foram massacradas no campo de refugiados congoleses existente em Gatumba, situado no Burundi a cerca de quatro quilómetros da fronteira com a República Democrática do Congo.

Ontem, o Presidente do Burundi, Domitien Ndayizeye, sustentava que o país "tinha sido atacado" e a "fronteira violada por elementos vindos da República Democrática do Congo para massacrarem civis congoleses que tinham pedido asilo". "Ao nível do Governo, temos a obrigação de tomar medidas para que a justiça seja feita, para que os que cometeram esse crime sejam punidos", continuou o chefe de Estado.

Também hoje, a segurança no aeroporto de Bujumbura, a capital, foi reforçada, segundo um responsável do aeroporto, que falou sob condição de anonimato à AFP. "Existem informações sobre um eventual ataque ao aeroporto pelas FNL [Forças Nacionais de Libertação, rebeldes hutus do Burundi] e pelos Mai-Mai [guerrilheiros tradicionais congoleses], avançou a mesma fonte.

As FNL reivindicaram o ataque ao campo de Gatumba, mas congoleses e extremistas hutus ruandeses, com base na República Democrática do Congo, estarão também implicados, segundo autoridades do Burundi e Ruanda e testemunhas.

Ontem, as autoridades do Burundi alertaram para a possibilidade de ataques iminentes a outros campos de refugiados congoleses no país. Porém, até agora não foi registado qualquer incidente.

Já hoje, helicópteros da Missão da ONU na República Democrática do Congo patrulharam a zona do campo.

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