"Correio da Manhã" insurge-se contra "Independente" e Inês Serra Lopes
Sob o título "pactuou com os bandidos", Octávio Lopes, o jornalista responsável pelas gravações alegadamente furtadas com conversas recolhidas durante um ano e meio de trabalho no âmbito do processo de pedofilia, anuncia ter instaurado uma queixa-crime contra a directora do semanário e acusa-a de cumplicidade de "um acto criminoso".
"O Independente" revelou na sua edição de ontem o conteúdo parcial das gravações alegadamente furtadas da redacção do diário e postas a circular nos meios político, jornalistíco e judicial. Por isso, Octávio Lopes acusa a directora do órgão de informação de ter violado "tudo o que há de mais nobre na profissão" de jornalista e diz que Inês Serra Lopes preferiu "vender jornais a não pactuar com os bandidos" que alegadamente terão subtraído as gravações ao jornalista.
Frisando que Inês Serra Lopes é "filha do defensor principal de um arguido" no processo Casa Pia, Octávio Lopes critica a decisão dos "media" de terem tornado públicos os nomes das suas fontes e responsabiliza os jornais por nomearem fontes que o jornalista nunca citou e que "podem correr risco de vida".
O director do CM, João Marcelino, classifica em editorial a transcrição do "Independente" como "um acto nojento do ponto de vista ético e deontológico da profissão" e acusa a direcção do semanário de querer "fragilizar, confundir e baralhar a opinião pública no processo Casa Pia".