Relatório da ONU acusa polícia sudanesa de abusos sexuais no Darfur

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A polícia é acusada de oferecer ajuda às mulheres em troca de favores sexuais Khaled El Fiqi/EPA

"Os deslocados revelam um número crescente de casos de abuso sexual no campo de Abou Chouk, perto de El-Facher, cometidos por oficiais da polícia", sublinha o relatório semanal das Nações Unidas sobre a situação humanitária nos campos do Norte Darfur.

O relatório é publicado quando, segundo a ONU, Cartum propôs uma lista de doze medidas para resolver a crise do Darfur, nomeadamente a criação de zonas de segurança para cerca de 1,2 milhões de pessoas expulsas das suas terras por milícias árabes pró-Governo.

Esta acusação é a última de uma série apontadas em relatórios redigidos por agências humanitárias e de defesa dos direitos humanos, onde as autoridades sudanesas são apontadas como responsáveis por actos de violência contra civis no Darfur e de falharem no controlo das milícias no território.

De acordo com testemunhos citados no documento da ONU, a polícia explora o medo das mulheres que receiam aventurar-se fora dos campos para procurar madeira para as fogueiras, ao propor-lhes ajuda em troca de favores sexuais.

O Darfur é palco de um conflito que opõe, desde Fevereiro de 2003, as milícias pró-Governo aos rebeldes. Os combates provocaram o deslocamento de 1,2 milhões de pessoas e morte de 30 a 50 mil outras.

Segundo a ONU, esta é a pior crise humanitária actualmente no mundo.

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