Bush vai reposicionar mais de 70 mil soldados estacionados na Europa e Ásia
Dois terços dos militares implicados estão actualmente estacionados na Europa, a maior parte dos quais na Alemanha, adiantam as mesmas fontes, garantindo que a quase totalidade dos efectivos regressará às suas bases nos EUA. Contudo, alguns dos militares não regressarão a casa, sendo enviados para a Europa de Leste, ficando estacionados nos territórios dos novos países-membros da NATO.
Segundo as mesmas fontes, as tropas actualmente destacadas na Coreia do Sul e no Japão vão também ser atingidas por esta restruturação, embora o número total de militares a movimentar ainda não tenha sido definitivamente fixado.
O “The Washigton Post” adianta que Bush irá anunciar este reposicionamento militar – o mais vasto desde o final da guerra fria – durante a convenção nacional dos antigos combatentes, na próxima segunda-feira, em Cincinnati, no Ohio.
Há cerca de dois anos que a Administração norte-americana discutia com os países aliados esta restruturação militar, tornada urgente com a guerra contra o terrorismo lançada após os ataques de 11 de Setembro e com a ofensiva no Iraque.
“Vamos remodelar a nossa defesa para enfrentar as ameaças do século XXI, tendo em conta os problemas dos nossos efectivos e das suas famílias”, explicou um responsável da Casa Branca não identificado pelo jornal.
Este plano não pode ser dissociado da campanha eleitoral em curso nos EUA, dominada pelos temas do terrorismo e da guerra no Iraque. Segundo uma fonte da Casa Branca, Bush pretende ir à convenção do Partido Republicano, que se realiza no final deste mês em Nova Iorque, para se afirmar como o único candidato capaz de garantir a segurança nos EUA.
Trata-se também de uma resposta ao candidato democrata à presidência, semanas depois de John Kerry ter prometido que, caso seja eleito, irá reduzir a presença militar americana no Iraque, através do reforço da participação dos países aliados na força multinacional estacionada no país.