"As pessoas que estão habituadas a vir à feira não a vão reconhecer. Está tudo mudado", afirmou Jorge Carvalho, da Expovis, entidade responsável pela realização do certame, que vai na sua 612ª edição.

O palco que vai receber espectáculos durante 40 dias, as zonas dos restaurantes, do artesanato e das farturas estão este ano num sítio diferente do que ocuparam durante décadas. "Apenas o espaço de divertimento se manteve no mesmo lugar. Mas isso até é bom, porque se antes as pessoas chegavam aqui e iam direitinhas aonde queriam, agora são obrigadas a percorrer a feira", afirmou, adiantando que todo o recinto vai ser sinalizado.

Jorge Carvalho contou que as mudanças não agradaram a todos os feirantes, uma vez que "alguns já há 30 ou 40 anos que ocupavam sempre o mesmo lugar". "Nos outros anos a arrumação era muito fácil, porque embora não houvesse lugares marcados respeitávamos, dentro do possível, as localizações que as pessoas queriam. A primeira reacção à mudança foi negativa", referiu.

O responsável disse estar consciente de que "nem tudo foi resolvido da melhor maneira", no entanto considera que este "é o pior ano, o da transição" e que em 2005 "tudo correrá muito melhor".

Durante o certame, que se prolonga até 21 de Setembro, estarão presentes 385 feirantes, quer no pavilhão multiusos, quer ao ar livre. O recinto da feira ocupa entre 17 e 18 mil metros quadrados, mas, segundo Jorge Carvalho, "é pequeno para os mais de 600 pedidos de feirantes que foram feitos".

O orçamento deste ano é de 700 mil euros, distribuindo-se as maiores fatias pelos espectáculos e folclore (200 mil euros), pessoal (95 mil euros), iluminação e decoração (50 mil euros) e policiamento (41 mil euros).

Jorge Carvalho disse que no ano passado mais de 200 mil pessoas pagaram bilhete para entrar na feira (o que acontece aos fins-de-semana e nos dias cuja receita reverte a favor de instituições), mas no total dos 40 dias "deverão ter estado no recinto entre 800 mil e um milhão de pessoas".

O certame é inaugurado às 21h30 de sábado pelo ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut.