Moqtada Sadr impõe condições para o cessar-fogo em Najaf
Em conferência de imprensa na cidade santa xiita, a cerca de cem quilómetros a sul de Bagdad, Soumeisim disse que Sadr garante que, "se todas as forças de ocupação, forças de segurança e polícia iraquianas abandonarem a cidade e se a Marjaiya [a mais alta autoridade religiosa xiita iraquiana] aceitar tomar o controlo da cidade, o Exército do Mehdi abandonará Najaf".
Sadr exige também que "todos os serviços públicos básicos [electricidade, água e telefone] sejam restabelecidos" e que os seus milicianos sejam "autorizados a estar armados, para sua própria defesa".
O Exército do Mehdi deverá ainda ser reconhecido como um "movimento ideológico" e ter o direito de decidir, se alguma vez o quiser, tornar-se um movimento político.
O líder radical xiita exige igualmente a libertação de todos os "resistentes", religiosos e mulheres, e o fim das "perseguições" contra os "corajosos combatentes da resistência".
Pouco depois deste anúncio, um porta-voz do Governo interino iraquiano avançava à agência AFP que um acordo de cessar-fogo estava praticamente concluído.
"Vários grupos estão a render-se em Najaf para encontrar uma solução pacífica. Somos os últimos a querer matar alguém", disse Gurgis Saada à agência francesa.
Questionado sobre um acordo de cessar-fogo, o responsável disse esperar que "tudo fique resolvido dentro de uma hora".
Porém, esta manhã, um porta-voz do líder radical xiita em Najaf, Ahmed al-Chaibani, afirmava que as negociações para a paz "não chegaram a qualquer solução" e que iriam continuar.
Ainda de acordo com outro responsável próximo de Sadr, as negociações estão a decorrer com o conselheiro iraquiano para a Segurança Nacional, Mouaffaq al-Roubai, que se encontra em Najaf, sem avançar se decorrem negociações directas ou através de intermediários.
Já hoje, Sadr apelou de novo aos seus seguidores para continuarem os combates no Iraque, depois de ter sido alegadamente ferido numa ofensiva americana.
Segundo o seu colaborador Sumeisim, Sadr "foi ferido por estilhaços de um obus no peito, numa perna e num braço" quando inspeccionava um dos batalhões que lutam contra a polícia iraquiana e contra as forças americanas. "O seu estado é estável", acrescentou.
O ministério iraquiano da Defesa garante que o chefe religioso não ficou ferido na ofensiva americana.