Cessar-fogo acordado em Najaf

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Sadr admite desarmar a sua milícia, mas exige o cumprimento de um conjunto de condições Mohamed Messara/EPA

"O cessar-fogo é ilimitado e foi acordado para favorecer as negociações em curso", afirmou Ahmed Chaibani, um dos porta-vozes de Sadr que se soube hoje ter sido ferido por um obus, alegadamente disparado pelas tropas norte-americanas.

De acordo com o responsável, estão em curso negociações entre os dirigentes do Exército de Mahdi (a milícia xiita) e representantes do Governo interino iraquiano, para tentar chegar a um acordo de desarmamento dos milicianos.

O cessar-fogo foi anunciado pouco depois de Sadr ter surgido em público, com a mão engessada mas sorridente, tendo-se dirigido aos milicianos reunidos no mausoléu do imã Ali, um dos locais mais venerados pelos xiitas, onde o Exército de Mahdi estabeleceu o seu quartel-general.

Esta tarde, o líder radical tinha admitido abdicar da resistência armada, mas estipulava um conjunto de condições para o aceitar, desde logo a saída dos polícias iraquianos e dos militares norte-americanos da cidade, que ficaria sob a autoridade da Marjaiya, a mais alta autoridade religiosa xiita iraquiana.

Sadr exigia também o restabelecimento da electricidade, água e telefone na cidade e que os seus milicianos fossem "autorizados a estar armados, para sua própria defesa".

O Exército do Mehdi deveria ainda ser reconhecido como um "movimento ideológico" e ter o direito de decidir, se alguma vez o quiser, tornar-se um movimento político. O líder radical xiita exigia, por último, a libertação de todos os "resistentes", religiosos e mulheres, e o fim das "perseguições" contra os "corajosos combatentes da resistência".

Não são conhecidas as reacções do Governo iraquiano a estas exigências, mas há meses que as novas autoridades de Bagdad tentam integrar Sadr na política iraquiana, pondo apenas como condição o desarmamento da sua milícia.

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