Google escolhe Nasdaq

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A oferta pública de aquisição (OPA) da Google era uma das mais aguardadas do ano e estima-se que atinja os 2,7 mil milhões de dólares. O objectivo é atingir um lugar de destaque na bolsa e atrair investidores que estejam interessados no valor real da empresa a longo prazo. O preço de cada acção foi estabelecido entre os 108 e os 135 dólares, valor considerado elevado por diversos analistas, que apontam para um possível cenário de cepticismo e desmotivação por parte dos investidores institucionais e dos pequenos investidores.

Outra particularidade neste processo de entrada em bolsa é a adopção do método holandês, que consiste na apresentação pública das ofertas de compra pelos interessados - na prática, trata-se de um leilão, realizado neste caso através da Internet.

Diversos acontecimentos nos últimos meses têm dificultado e adiado a operação de abertura do capital da Google. O contínuo aumento do valor do petróleo, as sucessivas ameaças terroristas e as consequentes quedas nos mercados são alguns dos obstáculos que a empresa norte-americana pretende ultrapassar. "Com os preços do petróleo, o aumento das taxas de juro, o terrorismo, existe um grande número de ameaças que pairam a longo prazo sobre a economia americana", afirmou Scott Kessler, analista da agência de informação financeira Standard and Poor's.

O risco de entrar na bolsa na segunda quinzena de Agosto é ainda maior: "Desde o mês de Junho que as empresas mostram menos apetite pela oferta na área tecnológica", acrescenta Kessler. A Google viu-se ainda confrontada com um processo de investigação a irregularidades relativas à oferta de acções e opções de compra sem registo, levadas a cabo pela empresa entre 2001 e 2004.

Sem dar qualquer explicação, a companhia californiana optou por colocar as suas acções no Nasdaq, em detrimento da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Analistas justificam a escolha com a experiência da primeira em matéria de intermediação de acções relacionadas com a área tecnológica. Esta decisão poderá permitir que o Nasdaq recupere a importância e o prestígio perdidos após a "bolha" de 2000, quando diversas empresas tecnológicas abriram falência. A entrada da Google no Nasdaq poderá contrariar a tendência desta bolsa, que sofreu uma queda de 11 por cento desde o início do ano.

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