Portugueses estão entre os mais mal pagos da Europa
O estudo refere que o salário médio bruto dos portugueses aumentou cerca de mil euros, entre 2000 e 2002, para 13.500 euros, ficando a par de Malta e apenas à frente de oito países europeus, todos eles novos membros da UE.
A lista é encabeçada pela Suíça, onde o salário médio bruto anual ascende a quase 50 mil euros.
Os italianos recebem, em média, 21 mil euros, e Espanha fica-se pelos 18 mil euros, ligeiramente à frente de Chipre (17,5 mil euros) e Grécia (16 mil euros).
Portugal ocupa o mesmo lugar no "ranking" no que toca ao poder de compra.
O estudo indica que Portugal fica em 15º lugar na taxa de desemprego (6,2 por cento) - o nível mais elevado é o da Polónia (19,4 por cento) e o mais baixo na Islândia (três por cento), descendo para 19º lugar no que se refere ao nível masculino (5,2 por cento).
O nível de desemprego feminino em Portugal é de 7,4 por cento (16º nível mais elevado) e o desemprego para os mais jovens (15 aos 24 anos) ronda os 13,6 por cento, o que coloca Portugal em 18º lugar entre os 27 países analisados.
Os trabalhadores portugueses são os nonos dos países analisados que mais horas trabalham por semana (40,1), comparativamente com as 38,6 horas dos italianos e noruegueses e as 47,3 horas na Islândia, os dois extremos do "ranking".
A nível de trabalho parcial, Portugal regista um valor de 11,8 por cento (15º no ranking), subindo para sétimo lugar no caso dos homens (7,2 por cento) e caindo para 16º no que toca às mulheres.
Neste caso os níveis mais elevados de trabalho parcial registam-se na Holanda (45 por cento) e os mais baixos na Eslováquia (2,4 por cento).
Preparado como forma de comparação entre as realidades dos antigos 15 da UE e dos membros da EFTA e os novos estados membros da União Europeia, o estudo demonstra as disparidades que se encontram no continente.
A análise suíça confirma ainda que Portugal, Espanha, Grécia e Itália registam taxas bastante baixas de participação laboral, da ordem dos 64,6 por cento, comparadas com o nível médio de 70 por cento dos antigos 15 Estados membros da UE.
Na Suíça a taxa de participação ascende aos 81 por cento, ficando-se pelos 65,6 (valor médio) entre os novos Estados membros da UE.
O documento refere que há em Portugal 4,74 milhões de adultos a trabalhar, com 335 mil desempregados e 1,96 milhões "não activos".
A taxa de participação portuguesa é de 72,1 por cento (a décima mais elevada dos países estudados), caindo para 14º lugar se analisada a participação dos homens (78,6 por cento) e ficando em sétimo lugar no que se refere à participação feminina (65,8 por cento).
Nas faixas etárias, a taxa de participação de jovens entre os 15 e os 24 é de 45,1 por cento (11º lugar no ranking), a de adultos dos 25 aos 49 ascende a 87,6 por cento (14º lugar) e a dos trabalhadores com 50 a 64 anos é a nona mais elevada dos 27 países (62 por cento).
A nível sectorial, o estudo confirma que Portugal regista dos níveis mais elevados de participação laboral nos sectores primários e secundários, ficando em antepenúltimo no que se refere aos serviços.
Assim 12,9 por cento dos portugueses trabalham no sector primário, um valor que só é ultrapassado na Grécia (16,3 por cento) e em três dos novos membros da UE - Lituânia (18,7 por cento), Polónia (18,2 por cento) e Letónia (14,6 por cento).
No sector secundário estão empregues 32,9 por cento dos portugueses, o valor mais elevado dos antigos Estados membros da UE mais os países da EFTA, e apenas atrás da República Checa, Hungria, Eslovénia e Eslováquia.
Finalmente, e no sentido inverso, no sector terciário participam 54,2 por cento dos portugueses, o valor mais reduzido dos antigos 15 membros mais EFTA, e num valor que é apenas mais baixo em dois Estados: Lituânia e Polónia.
De referir que 25,6 por cento dos trabalhadores portugueses são identificados como "independentes", um valor que empurra Portugal para segundo lugar, apenas atrás da Grécia (32,4 por cento).
As mulheres portuguesas têm uma "taxa de actividade" de cerca de 65 por cento, com cerca de 15 por cento em trabalho parcial.
Além de incluir dados dos 25 membros da UE, o estudo analisa igualmente a situação na Suíça, Islândia, Liechtenstein e Noruega, referindo que em média 70 por cento dos europeus entre os 15 e 64 anos estão activos no mercado de trabalho.
O estudo demonstra que os alemães, seguidos dos luxemburgueses e ingleses têm os poderes de compra mais elevados, apesar de ficarem aquém dos salários suíços, afectados pelo elevado custo de vida.
O documento demonstra que a taxa de participação laboral é mais elevada nas nações do Norte da Europa e mais baixa no Sul e nos novos Estados membros da UE.