Tropas norte-americanas lançam forte ofensiva em Najaf
Ao mesmo tempo, os bombardeamentos sem precedentes dos EUA contra a cidade de Kut provocaram 84 mortos, entre os quais numerosos civis, e 176 feridos.
Desde ontem, um pouco por todo o Iraque, pelo menos 165 pessoas morreram e outras 600 ficaram feridas, na sequência de combates principalmente registados nas cidades xiitas de Najaf (situada 130 quilómetros a sul de Bagdad) e Kut (180 quilómetros a sudeste da capital), mas também em Sadr City (arredores de Bagdad), segundo um balanço avançado pelo Ministério iraquiano da Saúde, no qual inclui vítimas civis e milícias e exclui militares estrangeiros e iraquianos.
Apesar das tentativas de mediação, os combates continuam em território iraquiano. As milícias dizem-se prontas para negociar, mas apenas após a saída das forças militares dos Estados Unidos de Najaf. Por outro lado, o Governo de Bagdad afirma que as operações armadas envolvem quatro mil soldados norte-americanos e membros da Guarda Nacional iraquiana (auxiliares do Exército), isto enquanto as milícias não abandonarem a cidade-santuário.
O primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allaui, já pediu às milícias xiitas, através de um comunicado, para deporem as armas e saírem do mausoléu de Ali, em Najaf. "Não se trata de uma operação de repressão", lê-se no texto de Allaui.
Ainda em Najaf, as tropas norte-americanas tomaram de assalto a habitação de Moqtada al-Sadr, mas o chefe xiita radical pôs-se em fuga, disse o seu porta-voz, Ahmed al-Chaibani, acrescentando que "esta casa é um lugar pacífico e não uma caserna". O ataque foi precedido de intensos combates. Ao mesmo tempo, inúmeros civis tentam sair da cidade.
Por seu turno, outros membros das tropas norte-americanas e elementos da Guarda Nacional iraquiana bloquearam todos os acessos a Najaf, enquanto as milícias ocupavam o imenso cemitério xiita e o mausoléu de Ali.