PCP espera fim da "instrumentalização" da PJ com nova direcção

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António Filipe considera que o acordo de regime proposto pelo Governo sobre questões de Justiça se tratou de "uma não proposta" Manuel de Almeida/Lusa

"Mais importante que qualquer juízo de valor sobre nomes, é esperar que com a nova direcção, a Polícia Judiciária possa conhecer um virar de página e que sejam ultrapassados os tempos da sua instrumentalização", afirmou António Filipe aos jornalistas.

O Governo nomeou hoje o juiz desembargador José António Santos Cabral para a direcção nacional da PJ e marcou a tomada de posse para amanhã. Esta nomeação surge depois da demissão na segunda-feira de Adelino Salvado na sequência do alegado roubo de cassetes com gravações de conversas de um jornalista do Correio da Manhã com várias fontes, incluindo o próprio director da PJ, sobre o processo Casa Pia.

Quanto ao acordo de regime proposto pelo primeiro-ministro sobre questões de Justiça, António Filipe considerou que se tratou de "uma não proposta". "Já em Dezembro de 2003, no congresso da justiça o primeiro-ministro Durão Barroso dizia que o Governo ia apresentar propostas de lei para a revisão do processo penal. Estamos em Agosto e verificamos que o anterior Governo não apresentou nada", disse.

António Filipe sublinhou que "é a Assembleia da República a sede própria para essas mudanças na legislação" e que disse que o PCP apresentará as suas próprias propostas "em momento oportuno".