Comissão Europeia vai criar mecanismo de observação do preço do petróleo
Em declarações à agência EFE, o porta-voz da comissária europeia da Energia e dos Transportes, Amador Rico, adiantou que o sistema, que está em fase de concepção, permitirá analisar se a evolução dos preços resulta do jogo da oferta e da procura ou se deriva de movimentos especulativos ou de actividades contrárias à livre concorrência.
A ideia foi apresentada pela comissária, que também é vice-presidente da Comissão, no dia 5 de Agosto, ao comentar a alta no preço do petróleo.
Loyola de Palacio entende que a identificação e antecipação das ameaças ao abastecimento de energia permitirá aumentar a margem de manobra da União Europeia (UE), que tem uma dependência petrolífera elevada em conjunturas como a actual.
A UE importa cerca de metade da energia que consome, percentagem que pode elevar-se a 70 por cento nos próximos 20 anos, altura em que mais de 90 por cento do petróleo e do gás natural seriam importados, segundo estimativas da própria Comissão Europeia.
A comissária também defendeu o reforço do diálogo entre a UE e os países produtores de petróleo e insistiu com os Estados-membros para que estudassem a proposta da Comissão de criação de reservas de petróleo a nível comunitário que permitam enfrentar possíveis crises de abastecimento.
A proposta original, apresentada em 2002 e ignorada pelos Estados-membros, advogava uma gestão comunitária das reservas e o aumento do prazo mínimo de consumo garantido de 90 para 120 dias a partir de 2007.