Incêndios: PCP vai pedir no Parlamento apoio para população de Almodôvar
"Arderam milhares de hectares de montado de sobro e azinho, de medronheiro, pasto e foram destruídas milhares de colmeias" naquela zona da serra do Caldeirão, realça a estrutura comunista de Almodôvar, manifestando solidariedade com a população de São Barnabé, atingida pelas chamas que depois se propagaram ao Algarve.
Para enfrentar os prejuízos causados pelo incêndio que lavrou 26 e 30 de Julho, o PCP defende que são necessários "apoios especiais". "O PCP vai pedir na Assembleia da República, através do seu grupo parlamentar, apoios especiais para as famílias afectadas por esta calamidade, que atinge todo o tecido social e económico da região", lê-se num comunicado da concelhia comunista.
Sublinhando que o fogo originou também "uma tragédia ambiental", passível de "contribuir, ainda mais, para a desertificação das zonas rurais do Sul", o PCP responsabiliza o Governo pelas dificuldades no combate à vaga de incêndios deste ano.
"Não há meios humanos suficientes, os meios aéreos são poucos, falta vigilância e prevenção, não há ordenamento florestal", diz o PCP, acusando o Executivo de "comportamento autoritário e incompetência".
O incêndio que lavrou na freguesia serrana de São Barnabé devastou, segundo os dados fornecidos pelo presidente da autarquia, António Sebastião (PSD), 10.350 hectares de área florestal e agrícola, antes de se estender aos concelhos vizinhos de Loulé, Silves e São Brás de Alportel, numa extensão estimada de 30 mil hectares.
Ainda o fogo estava activo quando, no dia 28, o autarca divulgou a sua intenção de pedir a declaração do estado de calamidade pública no concelho, não havendo, até ao momento, qualquer decisão do Governo sobre essa matéria.
Para auxiliar, desde já, os cerca de mil habitantes afectados, a Câmara Municipal de Almodôvar criou uma conta bancária, na Caixa Geral de Depósitos, onde qualquer pessoa interessada pode depositar o seu donativo.