Líbia aceita pagar indemnização a vítimas de atentado em Berlim

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O regime do coronel Kadhafi deu mais um passo para pôs fim ao isolamento internacional em que se encontra DR

A discoteca, no coração de Berlim ocidental, era muito frequentada pelos soldados norte-americanos então estacionados na cidade dividida. Dois militares norte-americanos e uma cidadã turca morreram no atentado, que terá sido coordenado pelos serviços secretos líbios.

Em resposta, a Administração Reagan ordenou o bombardeamento de duas cidades líbias, matando 15 pessoas, incluindo uma filha adoptiva do coronel Muammar Kadhafi.

Em 2001, quatro antigos funcionários da embaixada líbia em Berlim-Leste foram condenados a pesadas penas de prisão pelo atentado, o que obrigou Trípoli a responsabilizar-se pela acção.

O valor do acordo hoje concluído excluiu a indemnização a pagar aos familiares dos dois militares americanos, já que está em curso nos tribunais dos EUA um processo autónomo sobre esta matéria.

O Governo alemão já saudou o acordo alcançado esta tarde entre os representantes de Trípoli e os advogados das vítimas e disse estar disposto a participar "na modernização da economia líbia". "A entrega rápida das indemnizações prometidas por parte da Líbia tornam possível o reforço das relações germano-líbias", afirmou um porta-voz governamental, abrindo caminho a uma visita do chanceler alemão, Gerhard Schroeder, a Trípoli nos próximos meses.

Com este acordo, o regime do coronel Muammar Kadhafi deu mais um passo para sair do isolamento internacional a que está confinado há mais de duas décadas.

No ano passado, a Líbia reconheceu responsabilidades no atentado contra um avião da Pan Am que explodiu sobre a localidade escocesa de Lockerbie, em 1988, provocando 270 mortos. Após complexas negociações, Trípoli aceitou pagar 2700 milhões de dólares às famílias das vítimas.

O acordo foi posteriormente estendido ao caso do atentado contra o avião da companhia aérea francesa UTA, que em 1989 explodiu sobre o Sara com 170 pessoas a bordo, tendo Trípoli desembolsado 170 milhões de dólares às famílias das vítimas.

Em paralelo, o regime líbio anunciou, em Dezembro do ano passado, a renúncia a todos os seus arsenais químicos e biológicos e aos seus projectos nucleares, na sequência de negociações secretas com os EUA e o Reino Unido.

Estas iniciativas levaram o Conselho de Segurança da ONU a levantar as sanções impostas ao país, enquanto os EUA puseram fim a parte dos embargos unilaterais ainda em vigor contra a Líbia, um importante produtor petrolífero mundial.

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