A Sociedade Nortenha de Gestão de Bingos, nova gestora da sala de jogos, assegurou na sexta-feira passada que não haveria lugar a despedimentos e que todos os trabalhadores suspensos poderiam retomar o serviço, referiu fonte sindical em comunicado.

Em 15 de Junho, a direcção do Salgueiros suspendeu seis funcionários por alegados comportamentos irregulares durante o mês e meio em que a sala esteve encerrada por decisão da Inspecção Geral de Jogos.

Após os protestos dos trabalhadores, a direcção recuou na sua decisão relativamente a quatro desses funcionários, mas suspendeu mais oito, entre os quais um dirigente sindical.

O sindicato acusou então o presidente do clube, José António Linhares, de estar a exercer uma "vingança pessoal" contra os trabalhadores. "Nunca tivemos quaisquer dúvidas de que não havia razão nem legitimidade para processos disciplinares e muito menos a despedimentos", afirma o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte.

Encerrado pela Inspecção Geral de Jogos a 1 de Maio por dívidas acumuladas ao fisco, o Bingo do Salgueiros reabriu após acordo alcançado entre o Sport Comércio e Salgueiros e a Sociedade Nortenha de Bingos. Segundo o sindicato, o acordo prevê que o Salgueiros mantenha a concessão do bingo, cedendo a sua gestão à Sociedade Nortenha de Bingos, uma vez que ficou impedido pelo Estado de continuar a gerir a sala. Esta sociedade comprometeu-se também a pagar, de imediato, 900 mil euros ao fisco.

O pagamento da restante dívida, de cerca de 1,1 milhões de euros, deverá ser assumido pelo Sport Comércio e Salgueiros, de forma faseada ao longo de cinco anos, condições impostas pela Inspecção Geral de Jogos para permitir a reabertura da sala.