Gravações roubadas: Adelino Salvado revela amanhã se abandona PJ

Foto
Adelino Salvado é uma das vozes nas gravações do "Correio da Manhã" Fernando Veludo/PÚBLICO

Segundo o "Jornal de Notícias", o ministro da Justiça estará a ponderar a saída de Adelino Salvado na sequência do desaparecimento das gravações, cujo conteúdo não será conhecido por Aguiar Branco, nas quais o responsável da PJ é um dos protagonistas.

Aguiar Branco estará apenas à espera que seja Adelino Salvado a escolher o seu destino - se apresenta ele mesmo a demissão ou se será demitido pela tutela. A RTP avançou que o magistrado está "cansado" e "agastado" e que anuncia amanhã a sua decisão sobre o caso, que já estará tomada.

O JN indicava esta manhã que o Ministério já estaria a par do desaparecimento das gravações de Octávio Lopes, jornalista do "Correio da Manhã", que compilam um ano e meio de trabalho no âmbito do processo de pedofilia da Casa Pia e conversas com vários operadores judiciais, entre os quais o director nacional da PJ. O gabinete do ministro não confirmou o impasse quanto aos destinos da chefia da PJ.

Já o "Diário de Notícias" precisa que as declarações de Adelino Salvado nas gravações em causa foram já ouvidas "por diversos elementos do Governo" e uma das fontes contactadas, não identificada, comenta que as afirmações do juiz desembargador são "pelo menos insensatas" e "totalmente desaconselháveis".

O DN indica ainda que este caso terá sido a gota de água numa série de inconveniências protagonizadas pelo director nacional da PJ, já visado após declarações sobre a operação Apito Dourado e questionado quando do afastamento da magistrada Maria José Morgado do cargo de directora adjunta. O Governo estará já a procurar o substituto do magistrado, indica o diário.

O bastonário dos Advogados, em declarações ao PÚBLICO, defende que o caso deve ser alvo de uma investigação da Procuradoria Geral da República. Maria José Morgado, que também consta dos registos do repórter do diário, disse hoje à TSF que defende que todos os nomes ouvidos pelo jornalista e cujas declarações constem nas gravações em causa devem ser investigados para que seja apurado quem violou o segredo de justiça.

A magistrada autorizou ainda os detentores das mesmas gravações a revelar publicamente as suas declarações nas mesmas, justificando que nada do que afirmou ao repórter cai fora das suas competências e deveres.

Sugerir correcção
Comentar