Primeiro-ministro iraquiano ordena saída das milícias xiitas de Najaf

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Os rebeldes continuam entrincheirados nas zonas de combate Mohamed Messara/EPA

Allawi, que chegou esta manhã a Najaf sob forte escolta, disse: "Os fora-da-lei devem abandonar os locais santos rapidamente, depondo as suas armas e regressando à liderança da ordem e da lei".

O primeiro-ministro interino manifestou o seu desejo de que "isto termine o mais cedo possível", referindo-se aos combates sangrentos que desde sexta-feira mancham a cidade santa, 160 quilómetros a sul de Bagdad, dia em que, segundo o Exército norte-americano, terão sido mortos 300 rebeldes. Desde sexta-feira, o Hospital de Najaf recebeu 21 vítimas mortais em resultado dos conflitos, mas o balanço deve ser bastante mais elevado pois os locais de combate continuam inacessíveis.

Depois de invectivar os xiitas a abandonar as armas, Allawi apressou-se a começar a reunião com o governador de Najaf, acompanhado pelos seus ministros da Defesa e do Interior e outros altos responsáveis.

Contudo, a ordem do chefe do Executivo iraquiano não produziu qualquer efeito imediato nos revoltosos, que continuam a marcar presença na cidade. Fortificaram mesmo as suas posições, rodeando de minas as criptas e mausoléus da cidade mais santa do Iraque.

Pensa-se que o próprio Moqtada al-Sadr, clérigo radical xiita que se opõe à presença americana no Iraque, está em Najaf , informação confirmada pela polícia à AFP. O primeiro-ministro iraquiano convidou ontem Moqtada al-Sadr a participar nas eleições legislativas de Janeiro de 2005, apesar do Governo interino se ter comprometido a acabar com a milícia armada encabeçada pelo líder xiita.

O passo dado ontem faz parte da nova estratégia das autoridades iraquianas para tentar enquadrar Sadr na política iraquiana e llevar à renúncia da oposição armada. O líder radical, descendente de uma influente linhagem de "ayatollah", é muito popular entre a população mais pobre do país, apesar de não ser reconhecido pela hierarquia religiosa xiita.