Iraque reintroduz pena de morte no país
"Ontem anunciámos uma amnistia, hoje reintroduzimos a pena de morte", afirmou Gurgis Sada, porta-voz do Governo de Bagdad.
O primeiro-ministro iraquiano, Iyad Allawi, anunciou ontem uma amnistia aos iraquianos que tenham colaborado com grupos terroristas. Para beneficiarem deste perdão terão de se entregar no prazo de um mês, fornecendo às autoridades informações sobre actividaes subversivas.
A pena capital, passível de ser aplicada para 114 diferentes crimes e ofensas no tempo de Saddam Hussein, foi abolida pelas autoridades da coligação após a queda do regime iraquiano.
O novo Governo iraquiano já anunciou que pretende a condenação à morte do antigo ditador, sob a sua custódia desde a transferência de soberania, a 30 de Junho do ano passado. A mesma pena poderá ser pedida para onze outros altos dirigentes do regime de Saddam, que deverão ser julgados pelas mesmas instâncias.
Contudo, a reintrodução da pena de morte não é consensual no país, já que vários sectores, como é o caso dos apoiantes do líder radical xiita, Moqtada al-Sadr, sustentam que a pena capital irá ser usada como instrumento de pressão sobre a população.
No entanto, o Executivo rejeita estas acusações, afirmando tratar-se de um instrumento para pôr fim à insegurança e aos atentados quase diários no país. "Não se trata de uma porta aberta para executar qualquer um, ou as pessoas de quem o Governo não gosta", garantiu o ministro de Estado Adnan al-Janabi.
"A tarefa mais dura que nos espera é a de garantir a segurança e a estabilidade no país, combater o terrorismo e o crime organizado", acrescentou, prometendo revogar a lei agora aprovada quando a segurança e a estabilidade estiver assegurada.