"É uma tarefa muito complexa, mas é possível e é fundamental que o Brasil tenha sucesso nesta tarefa, porque isto será importante para outros países [da região] e para o mundo. Por isso, penso que vale a pena trabalhar com o Brasil", afirmou.

Maria João Rodrigues, que participou em reuniões em Brasília sobre concertação social, promovidas pelo Conselho de Desenvolvimento Económico e Social brasileiro, considera que a redução das desigualdades sociais no Brasil " passará certamente por uma redistribuição de renda que depende, em parte, dos sistemas tributário e da previdência social".

"Mas o acesso ao emprego a todos e a elevação regular dos salários, que deve ser apoiada pelo aumento da produtividade, podem ser um dos grandes motores da criação de igualdade social no Brasil", destacou a representante europeia.

Em sua opinião, os modelos de desenvolvimento não podem ser transferidos, mas é importante a troca de experiências entre a Europa e o Brasil, que têm hoje as mesmas preocupações de criar mais e melhores empregos e aumentar a coesão social.

"Na Europa, conseguimos reduzir as desigualdades sociais porque introduzimos políticas redistributivas e porque criámos um motor de crescimento que generaliza o acesso ao emprego, eleva os salários e promove a capacidade das pessoas para que tenham empregos mais qualificados e melhor remunerados", explicou.