"O governo pretende tirar proveito do potencial do mercado informal, adquirindo estes diamantes para que o produto da sua venda possa reverter em benefício dos cidadãos", afirmou o ministro angolano da Geologia e Minas, Manuel Africano, na cerimónia de inauguração deste escritório, realizada ontem à noite.

A SODIAM, detida em 99 por cento pela Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), tem o monopólio da venda dos diamantes produzidos em Angola, tendo o ministro reafirmado na cerimónia as vantagens da criação de um canal único para a comercialização dos diamantes angolanos.

"Mantenho a convicção de que o governo tomou em 2000 uma decisão visionária quando decidiu transformar a SODIAM no canal único de comercialização dos diamantes de Angola, para que esses recursos contribuam de forma significativa para o desenvolvimento sustentável do país", salientou Manuel Africano.

Segundo o ministro, a nova vocação da SODIAM permitirá rentabilizar "um sector informal constituído por milhares de cidadãos que extraem em pequena escala e de modo artesanal uma parte das riquezas diamantíferas nacionais". Manuel Africano recordou que, em muitos países africanos, o circuito informal de exploração de diamantes atinge valores superiores aos do mercado oficial, mas frisou que, em Angola, essa situação está a acabar.

O ministro referia-se à "Operação Brilhante", lançada no final do ano passado nas principais zonas diamantíferas de Angola, que permitiu, através de uma acção conjugada de forças policiais e militares, expulsar mais de 150 mil garimpeiros ilegais.

"Angola perdia cerca de um milhão de dólares por ano em diamantes que saíam ilegalmente pelas fronteiras. Com a SODIAM, o país terá postos de compra nas principais áreas de exploração artesanal de diamantes e o canal único permitirá que todos os diamantes sejam comercializados através desse canal", afirmou o ministro.

A indústria de diamantes angolana produziu 1,9 milhões de quilates nos primeiros três meses deste ano, o que corresponde a cerca de 226 milhões de dólares.

No ano passado, a produção de diamantes angolanos atingiu seis milhões de quilates, num valor total superior a 788 milhões de dólares.