PSD exorta presidente e vice da câmara de Santarém a "abdicarem das suas funções"

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A descentralização do Governo de Santana Lopes está a gerar agitação nas autarquias Armando França/AP

Em comunicado, Ramiro Matos, em nome da Comissão Política de Secção de Santarém do PSD, "culpabiliza" o presidente da Câmara Municipal, Rui Barreiro, e o PS local "pela forma como conduziram" a questão da instalação da Secretaria de Estado da Agricultura e Alimentação (SEAA), que a cidade perdeu para o concelho vizinho da Golegã.

"Foi possível constatar a profunda falta de vontade, de iniciativa e de empenhamento na busca de soluções credíveis e dignas para a instalação em Santarém da SEAA, por parte do responsável máximo da autarquia", afirma o comunicado.

Ramiro Matos condena a "inércia" de Rui Barreiro, "que continuando de férias esperou que alguém arranjasse uma solução", uma atitude que classifica de "reactiva e em nada adequada à importância que esta instalação revestia para Santarém", em contraponto com a posição "proactiva e com soluções prontas e imediatas" demonstrada pelo presidente da Câmara Municipal da Golegã, José Veiga Maltez (independente eleito pelo PS).

O PSD de Santarém quer ainda que Rui Barreiro e o seu vice-presidente e presidente da Concelhia socialista, Manuel Afonso, "clarifiquem as suas posições antagónicas" quanto à importância da instalação da SEAA na cidade, que, no entender de Ramiro Matos, "abriram espaço para a alternativa da Golegã, devendo os mesmos tirar todas as ilações e abdicarem das suas funções".

Ontem, também em comunicado, Rui Barreiro queixava-se de "perseguição" e dizia ser alvo de uma "cabala política", vendo na decisão de instalar a SEAA na Golegã o objectivo de "atacar as gentes de Santarém e favorecer o PSD" no "combate pelo poder na capital de distrito". Para o autarca, esta decisão segue-se a outras que os governos do PSD têm vindo a adoptar e que a seu ver têm "por único objectivo prejudicar Santarém".

Barreiro deu como exemplos a deslocação "contra-natura" do Tribunal Administrativo e Tributário para Leiria, a ausência de comparticipações na recuperação do cine-teatro Sá da Bandeira, ao contrário do que aconteceu nas outras capitais de distrito, e na construção de uma escola de ensino básico, ou a dívida "de milhares de contos" relativa à auto-escada dos bombeiros.

No seu entender, a escolha da Golegã para sede da SEAA "contraria ainda de forma inexplicável o princípio adoptado pelo Governo de deslocar alguns serviços para cidades capitais de distrito".