Bill Clinton diz que Saddam Hussein era uma ameaça de quinta categoria

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Bill Clinton durante a promoção do seu livro no Canadá Frank Gunn/AP

De visita ao Canadá numa campanha de promoção da sua autobiografia, o antigo presidente afirmou durante uma entrevista na televisão que a guerra no Iraque consumiu as forças vitais que seriam necessárias para lutar contra a Al-Qaeda. E acusou Bush de não ter colocado no terreno mais meios e homens para capturar Ossama bin Laden e destruir os refúgios da sua rede terrorista ao longo da fronteira do Paquistão e do Afeganistão.

"Não sabemos se alguma vez o poderíamos apanhar porque não sabemos se isso era uma grande prioridade", disse Clinton na entrevista ao canal canadiano CBC.

Durante a campanha eleitoral de apoio a John Kerry, Bill Clinton garantiu que o regime de Saddam Hussein, no momento em que foi desencadeado o conflito não passava de uma ameaça de "quinta categoria" para os Estados Unidos.

"Porque é que nós confiámos aos paquistaneses a missão de lutar contra aqueles que representam a verdadeira ameaça para a segurança dos Estados Unidos (...)? Porque é que deslocámos todos os nossos recursos militares para o Iraque, que na pior das hipóteses é uma ameaça de quinta categoria? Como é que se chegou ao ponto de enviar 130 mil soldados para o Iraque e 15 mil para o Afeganistão?", questionou-se o antigo presidente democrata.

Segundo Clinton, George W. Bush deve concentrar-se noutras ameaças mais importantes para os EUA como o conflito no Médio Oriente, a tensão entre a Índia e o Paquistão ou a Coreia do Norte.

O antigo ocupante da Casa Branca revelou ainda que se fosse presidente nos meses que precederam a guerra com o Iraque teria confiado no antigo inspector das Nações Unidas Hans Blix se este lhe dissesse que não haviam armas de destruição maciça à guarda de Bagdad, ainda que isso contrariasse as informações americanas.

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