Exército israelita retira-se de Beit Hanun após cinco semanas de ocupação

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Pelo menos 30 casas foram destruídas durante a ocupação Mohammed Saber/EPA

Durante a ocupação, o Exército destruiu várias estruturas situadas junto à linha verde (demaração internacionalmente reconhecida entre Israel e os territórios autónomos), tendo demolido 30 casas e queimado vários pomares. Várias estradas foram também danificadas pelos "bulldozers" israelitas. Israel sustenta que é a partir destes locais que os grupos armados palestinianos lançam os "rockets" Qassam, um projéctil artesanal fabricado pelo braço armado do movimento fundamentalista Hamas.

Questionado sobre estas movimentações, um porta-voz do Estado-Maior limitou-se a adiantar que se trata de um "reposicionamento" das tropas israelitas e "não de uma retirada". "As nossas operações para impedir os disparos dos Qassam vão continuar garantiu".

Segundo a rádio militar israelita, o Exército abandonou também as posições ocupadas ontem junto ao campo de refugiados de Jabaliya, o maior da região, situado alguns quilómetros a sul, onde três jovens palestinianos foram mortos.

A imprensa israelita anunciou ainda que Avi Dichter, chefe do Shin Beth, o serviço de segurança interna israelita, se reuniu com o chefe dos serviços de segurança geral da Faixa de Gaza, o general Moussa Arafat, para estudar formas de impedir novos disparos a partir da região.

No dia 28 de Junho, dois israelitas, entre eles uma criança de três anos, morreram quando vários destes "rockets" — com uma alcance de dez quilómetros — atingiram a cidade israelita de Sderot, no Sul de Israel. Esta foi a primeira vez desde o reinício da Intifada, em Setembro de 2000, que estes "rockets" fazem vítimas mortais. Na sequência do ataque, o Exército israelita lançou uma das maiores operações dos últimos anos contra a Faixa de Gaza, embora os disparos tenham prosseguido.

Também hoje, o Exército israelita anunciou a reabertura do terminal de Rafah, o único ponto de passagem entre o Egipto e a Faixa de Gaza, encerrado há quase duas semanas.

A estrutura "estava encerrada desde 18 de Julho, no seguimento de alertas sobre tentativas de atentados terroristas, pelo que tomámos as disposições necessárias para garantir a segurança das pessoas que por ali passam e dos funcionários que ali trabalham", adiantou um responsável militar.

Ao todo cerca de 3400 palestinianos foram impedidos de atravessar este terminal, muitos das quais permanecem na zona, em condições cada vez mais difíceis — uma situação que levou organizações humanitárias e governos estrangeiros a exigir a reabertura da estrutura.

Ao abrigo dos acordos de Camp David, fundadores da autonomia palestiniana, cabe às autoridades israelitas controlar este ponto fronteiriço.

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