"No tocante a Sven-Goran Eriksson, a direcção (da FA) decidiu, com base no relatório e em conselhos legais, que não há qualquer caso para ele responder. Quanto a Faria Alam, uma funcionária sem estatuto de executiva na estrutura da FA, a direcção decidiu que não é apropriado tecer comentários públicos quanto ao seu papel neste inquérito", lê-se no comunicado emitido hoje pelo organismo britânico.

A FA decidira instaurar um inquérito para apurar os factos relacionados com a ligação secreta entre Eriksson, de 56 anos, e a secretária da FA Faria Alam, uma relação tornada pública pelos tablóides do Reino Unido e que motivou um desmentido oficial por parte dos responsáveis máximos do futebol inglês. Cinco dias depois, a FA viu-se obrigada a reconhecer que, de facto, houvera um "caso".

Entretanto, o jornal "News of the World" noticiou que as informações partiram do interior da própria FA, nomeadamente do director de comunicação, Colin Gibson, que teria pressionado Faria Alam a falar aos jornais sobre o romance secreto com o técnico sueco.

Segundo o jornal, o objectivo de Gibson, mandatado por superiores hierárquicos, seria obter o silêncio dos tablóides em relação ao envolvimento do director-executivo da FA, Mark Palios, de 52 anos, com a mesma funcionária. Perante o clima de suspeição, a FA decidiu investigar o sucedido, sobretudo o porquê de, "em 19 de Julho, ter sido permitida a emissão de comunicados baseados em informação enganadora".

"A FA anuncia ter aceite a demissão de Colin Gibson. A FA deseja agradecer-lhe pelos seus serviços durante o tempo em que foi director de comunicação. Nem a FA nem Colin Gibson farão quaisquer outros comentários", lê-se ainda no texto hoje publicado.

A FA declara, por fim, que vai começar de imediato a procurar um substituto para o lugar deixado em aberto por Palios" que se demitiu no passado domingo quando soube que a sua antiga ligação com Faria Alam seria revelada pela imprensa.

De acordo com as televisões britânicas, Faria Alam, que se encontra a negociar os direitos da história com alguns jornais e um canal de TV por somas na ordem dos 800 mil euros, também terá apresentado a demissão à FA.

Eriksson limitou-se a fazer uma declaração, na passada quinta- feira. "Em nenhum momento confirmei ou desmenti categoricamente qualquer relação amorosa com Faria Alam", afirmou o treinador, com um contrato válido com a FA até 2006.

Sven-Goran Eriksson não tem obtido os resultados tão desejados pelos dirigentes e amantes do "desporto-rei" ingleses, cuja selecção foi eliminada nos quartos-de-final tanto do Mundial 2002, como no Euro 2004.

Este escândalo podia, por isso, ser o pretexto para os dirigentes britânicos dispensarem os serviços do técnico escandinavo, mas os 20 milhões de euros de indemnização que teriam de pagar a Eriksson e a proximidade da fase de qualificação para o Mundial de 2006 terão dissuadido a FA.