Papa lamenta "agressões injustas" contra igrejas no Iraque
O Sumo Pontífice "lamenta vivamente" as acções contra "aqueles que apenas pretendem colaborar para se alcançar a paz e a reconciliação no Iraque", informou um dos porta-vozes do Vaticano, o padre Ciro Benedettini, citando o texto da mensagem endereçada a Delly III.
João Paulo II pediu ao patriarca, presidente da assembleia de bispos católicos do Iraque, para "exprimir aos bispos e aos fieis das diferentes confissões toda a sua solidariedade nesta hora de sofrimento".
Nesta mensagem hoje tornada pública, o Papa apela ainda a "todos os crentes num só Deus clemente e misericordioso" que se "unam para condenar todas as formas de violência e para que consigam promover o regresso da concórdia em solo iraquiano".
A mensagem enviada ao patriarca iraquiano foi escrita e assinada pelo punho do Papa, um facto raro nos últimos anos. As mensagens de João Paulo II são geralmente escritas e transmitidas pelo cardeal secretário do Vaticano.
"A dolorosa notícia de novos e trágicos ataques perpetrados contra em Bagdad e Mossul contra diferentes comunidades católicas recolhidas em oração nos seus locais de culto tocou-me profundamente", desabafa o Papa.
Ontem, o Vaticano condenou os ataques "muito preocupantes" cometidos contra locais de culto cristãos no Iraque, classificando-os como uma tentativa de "aumentar ainda mais a tensão".
"É terrível e muito preocupante, porque é a primeira vez que locais de culto cristãos são alvo no Iraque", sublinhou o padre Benedettini. "Parece que querem fazer aumentar a tensão atacando todos os grupos, e igrejas [no Iraque]", disse ontem.
Os atentados de ontem em Bagdad e em Mossul provocaram pelo menos dez mortos e 50 feridos. Esta vaga de acções violentas contra a comunidade cristã, muito minoritária no Iraque, não tem precedentes neste país.