Adesão à greve da Rodoviária de Lisboa divide sindicatos e empresa
Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa, empresa privada que opera na periferia de Lisboa, protestam desde as 3h00 de hoje contra o aumento salarial de 2,5 por cento proposto pela administração da empresa, por ser inferior à inflação prevista para este ano.
A greve abrange os trabalhadores afectos aos sindicatos dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Afins (Sitra), a Federação dos Sindicatos e Transportes Rodoviários e Urbanos (Festru) e Sindicato dos Motoristas.
Vítor Pereira, da Festru, disse à Lusa que a greve está a ter uma adesão de 80 por cento, número que é contestado pela administração da empresa, que apenas contabiliza a ausência de 35 por cento dos funcionários.
Sessenta e cinco por cento dos serviços da empresa estão a ser realizados, sendo que os escritórios e as oficinas estão a funcionar normalmente, adiantou Correia de Sampaio, que justifica o aumento tendo em conta as possibilidades da empresa.
A Festru adiantou ainda que a greve de hoje se justifica porque a "empresa não informa com antecedência os funcionários sobre os seus horários de trabalho e não respeita o tempo de descanso".
"A empresa está a dar um mau serviço à população que serve, porque corta carreiras sem saber a opinião das pessoas e das juntas de freguesia", adiantou.
O director da Rodoviária de Lisboa refere que "não houve alterações substanciais nos últimos anos" no que respeita ao funcionamento da empresa.
Reunidos hoje em plenário, os trabalhadores agendaram para Setembro uma reunião no Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações e admitiram voltar à greve se não forem satisfeitas as suas reclamações, adiantou o representante sindical.