Marrocos informou Espanha do "desaparecimento" de 400 combatentes islâmicos

Foto
Os atentados de Madrid causaram 191 mortos e 1900 feridos Dolores Lara/EPA

Rabat informou Madrid sobre os 600 marroquinos que estão listados como se tendo alistado nos campos de treino de "mujahidin" (combatentes islâmicos) da Al-Qaeda, mas realçou que duas centenas deles foram identificiados e "estão sob controlo", adianta o diário espanhol "El País". Os restantes 400 "estão em local desconhecido", concluem as autoridades marroquinas, a partir de uma lista de combatentes descoberta nos redutos da Al-Qaeda no Afeganistão.

O juiz Baltasar Garzón, responsável, no seio da Audiencia Nacional, instância judicial espanhola mais elevada, pela investigação antiterrorista, foi informado destes "desaparecimentos" em inícios deste mês. Tais dados levaram o juiz Garzón a afirmar, a 15 deste mês, perante a comissão parlamentar espanhola que examina a gestão dos acontecimentos pós-atentados terroristas de 11 de Março em Madrid, que, "entre 900 e 1000 pessoas" operam numa centena de células radicais islâmicas em Marrocos. "Penso tratar-se de uma das principais ameaças com as quais a Europa está confrontada", comentou, gerando reacções de contestação em Rabat.

Uns dias mais tarde, o juiz Garzón viria a dizer, em entrevista ao canal de televisão marroquino 2M, que o número avançado poderá ter resultado de "uma confusão", admitindo que tais células possam não estar todas baseadas em Marrocos, sendo possível que estejam na Europa, "onde existe uma permeabilidade das fronteiras", e mesmo em Espanha.

Até hoje, 19 pessoas foram detidas por implicação nos atentados de 11 de Março, que causaram duas centenas de mortos e 1900 feridos. Na sua maioria, os detidos são marroquinos.

Sugerir correcção
Comentar